Mário Centeno falava na apresentação do boletim económico de março do regulador bancário, publicado hoje, no Museu do Dinheiro em Lisboa, quando foi questionado pelos jornalistas sobre o défice de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), abaixo dos 1,9% previstos no Orçamento.

"Devemos saudar este resultado na economia portuguesa", afirmou, salientando ter um "caráter muito ímpar na Europa", já que, justificou, "muitos países na Europa não conseguiram os resultados que Portugal conseguiu em 2022".

Mário Centeno defendeu que "os bons resultados devem continuar a ser prosseguidos, porque são a única garantia que Portugal tem de poder fazer face àquilo que são as decisões que devemos tomar face ao futuro".

O défice das Administrações Públicas, em contabilidade nacional, caiu para 0,4% do PIB em 2022, após se ter situado nos 2,9% em 2021, divulgou hoje o INE.

O Governo estimava, na proposta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), um défice de 1,9% do PIB, mas o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, Fernando Medina, tinham já vindo a sinalizar que acreditavam que seria inferior a 1,5%.

Questionado pelos jornalistas sobre o pacote de medidas anunciado hoje pelo Governo para mitigar o aumento do custo de vida, Mário Centeno disse ainda não ter analisado em detalhe, considerando apenas que todas as medidas "que forem temporárias, focadas no desafio" atual e "que não gerem contra-valor com a política monetária são bem-vidas".

AAT // CSJ

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