"É uma questão de tempo, de dinheiro e de determinadas decisões políticas correspondentes. Tenho a certeza de que chegará o dia de uma coligação de aviões", disse Oleksii Reznikov, em Madrid, segundo a tradução das suas declarações em ucraniano para espanhol, numa conferência de imprensa ao lado da ministra da Defesa de Espanha, Margarita Robles.

Oleksii Reznikov disse ser "primordial destruir o domínio russo no ar" e que a primeira prioridade em termos de ajuda internacional militar são os "sistemas antiaéreos", o que inclui aviões de combate, "que fazem parte da defesa antiaérea".

A segunda prioridade em termos de armamento é mais artilharia e munições, afirmou Oleksii Reznikov, que acrescentou ter hoje pedido à ministra Margarita Robles também apoio, "ajuda técnica" e formação de militares na área naval e dos desembarques com anfíbios.

O ministro ucraniano disse ser necessário destruir o domínio russo aéreo, mas também garantir a segurança em toda a região e o tráfego marítimo no Mar Negro.

Os dois ministros reuniram-se hoje em Madrid e numa conferência de imprensa conjunta após o encontro, Margarita Robles confirmou que seis carros de combate Leopard 2A4 espanhóis chegarão à Ucrânia antes do final deste mês e que outros quatro tanques destes estão a ser arranjados para serem entregues a Kiev.

A ministra reiterou "apoio total e absoluto" à Ucrânia e "pelo tempo que for necessário", em termos humanitários, políticos e militares, "em total coordenação" com os outros países da União Europeia (UE) e da NATO (aliança militar de defesa coletiva entre países norte-americanos e europeus).

Além da ajuda que tem enviado para a Ucrânia, Espanha já formou mais de mil militares ucranianos em bases espanholas e é um dos países que tem recebido feridos na guerra para tratamento e recuperação.

Na reunião de hoje em Madrid, os dois ministros abordaram a forma como Espanha pode continuar a apoiar a Ucrânia, e em que âmbitos, "com o envio de todo o tipo de material militar", disse Margarita Robles.

Numa entrevista em fevereiro passado, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, admitiu o envio de meios aéreos militares para a Ucrânia se houver acordo entre os aliados europeus e da NATO nesse sentido.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

 

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