"Apesar da superioridade numérica das forças armadas ucranianas", os soldados russos "repelem com sucesso todos os ataques", disse o vice-governador Kirill Stremousov, citado pela agência espanhola EFE.

Kherson é uma das quatro regiões ucranianas anexadas pela Rússia em 30 de setembro, juntamente com Donetsk, Lugansk e Zaporijia.

É também um dos alvos de uma contraofensiva lançada pelas forças de Kiev há cerca de dois meses.

"A situação permanece estável na linha da frente na região de Kherson. Não vemos qualquer tipo de ofensiva maciça", disse Stremousov na rede social Telegram.

Stremousov disse que "milhares de nazis e cidadãos ucranianos que foram empurrados à força para as trincheiras permanecem na periferia da região", referindo-se aos soldados e voluntários ucranianos.

"Nos próximos dias, esperamos um resultado dos acontecimentos", referiu.

Stremousov admitiu que as autoridades pró-russas estão preparadas para "qualquer decisão, mesmo as mais difíceis".

Disse também que a prioridade de Moscovo é preservar a vida dos residentes de Kherson, de onde foram retiradas dezenas de milhares de pessoas nos últimos dias em preparação para uma ofensiva ucraniana.

Na sexta-feira passada, Stremousov tinha admitido que as tropas russas "muito provavelmente (...) marcharão para a margem esquerda" do rio Dniepre.

A confirmar-se, significaria que a perda da capital regional de Kherson, localizada na margem direita do rio.

As autoridades pró-russas anunciaram, na segunda-feira, o fim da retirada organizada de residentes da cidade de Kherson, sem contudo precisar o número de pessoas abrangidas.

Fontes militares ucranianas disseram que cerca de 80 por cento dos residentes deixaram a cidade, onde viviam quase 320.000 pessoas antes de a Rússia ter invadido a Ucrânia, em 20 de fevereiro deste ano.

Stremousov disse antes que os residentes de Kherson seriam transportados para a península ucraniana da Crimeia, que Moscovo anexou em 2014.

Ali, segundo referiu na segunda-feira, "serão recebidos por voluntários" e depois transferidos para outras regiões da Rússia, onde ficarão em alojamentos temporários.

As autoridades de Kiev têm-se mostrado prudentes quanto à iniciativa russa de transferir residentes de Kherson para a Crimeia.

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, admitiu mesmo poder tratar-se de uma operação para fazer crer numa falsa retirada e levar as forças ucranianas a cair numa armadilha.

As informações sobre a guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato de forma independente.

Desconhece-se o número de baixas civis e militares da guerra na Ucrânia, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que será elevado.

A invasão russa da Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada a pior crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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