E Liberdade é decidir, dizer sim ou dizer não, votar, fazer parte, manifestarmo-nos, fazer greve, ter direitos e deveres; é saber que podemos dizer o que pensamos sem receios, é fazer dos dias horas melhores para os nossos filhos. Mas Liberdade também é o dia de hoje, as hipóteses do presente, a tolerância, a possibilidade de ser crente, de ser ateu, de ser agnóstico.

A Liberdade é existirmos dentro da sexualidade que é a nossa, sem qualquer medo de o afirmar, é dispor do nosso corpo sem atender a moralismos ou outras coisas que tais.

Liberdade é sermos o que quisermos sem prejudicar ninguém. E é este o caminho de Portugal há 45 anos. Todos os dias são de conquista, todos os dias são nossos e são inaugurais do que pretendemos para o futuro. Para as novas gerações, para a nossa, para a dos nossos pais.

Liberdade é um direito e um dever que deveria ser universal e é quase raro se considerarmos o estado do mundo. Não é facto nem propriedade, é conquista colectiva e pessoal, precisa de ser cuidada, acarinhada e vigiada com atenção porque está constantemente em perigo. Não tenhamos ilusões, ao fim de 45 anos, a nossa democracia é ainda frágil.

Liberdade é, então, lutar sempre por ela. Todos os dias e nunca esquecer o que passou.