Parece-me ler nos olhos de alguns de vós a incredulidade

Pedro Soares Botelho
Pedro Soares Botelho

“A todos vós, sem exceção, a minha saudação cordial; a todos os galos e galinhas que vieram aqui ouvir-me, alguns de bem longe, desde há várias horas sem mais que uma minhoca no papo, outros tendo sido obrigados a deixar a criação ao cuidado de vizinhos ou parentes, a todos e todas a minha saudação cordial.”

Assim arranca a raposa. Principia na cordial saudação o seu silogismo, sem pejo na palavra, sem remorso no dedo apontado: “As galinhas estão descontentes, querem atos e não palavras.” Ali vai ela, convencendo a audiência — galinhas, galos, alguns de bem longe — a preferir o aviário da raposa.  A alocução é da raposa, vinda do Bestiário Lusitano de Alberto Pimenta. O livro é de 1980 (a edição que tenho nas mãos é de 2014), mas a ressonância escuta-se todos os dias — pelo que vale a pena olhar para este homem que não cabe em etiquetas.

Mas, adiante: hoje é dia de contas. Entre vontades e premissas, o ministro das Finanças vai apresentar o bolo orçamental. Sem parceiros de solução de governo, a conversa à mesa é diferente dos últimos anos: mas os chocolates têm de chegar para todos: Depois, estava o peixinho, veio o gato — e comeu-o. Mas veio o cão e o gato teve de se esconder. Depois, veio o coelhinho. Ou não, que esse foi com o pai natal e o palhaço no comboio ver do circo.

Falando a sério, o ministro das Finanças, Mário Centeno, vai entregar o Orçamento do Estado para 2020 na Assembleia da República algures no dia de hoje. Algures porque não há hora marcada — mas há de ocorrer. Aqui no SAPO24, temos uma equipa a preparar tudo para interpretar os números que hão de chegar.

Noutras contas, amanhã os Simpsons assinalam o 30.º aniversário. A série de televisão criada por Matt Groening ocupou várias horas na RTP2. Agora, Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie podem ser vistos no cabo, na FOX Comedy — são uma excelente companhia para tardes de estudo improdutivo.

Por fim, uma sugestão a norte, no Mosteiro de São Bento da Vitória, o Centro de Documentação do Teatro Nacional São João, aqui no Porto: a última sessão do ano das Leituras no Mosteiro. Esta sessão é dedicada a autores contemporâneos portugueses como António Roma Torres, Maria Gil, Mia Tomé, Renata Portas e Rui Manuel Amaral, numa iniciativa com coordenação de Paula Braga e Nuno Cardoso.

À espera do Orçamento do Estado, entre anúncios de natal que não vi, eu sou o Pedro Soares Botelho e Hoje o dia foi assim.

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