Tudo a postos para o bailarico de Santo António

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

Os bairros em Lisboa já cheiram a Santos Populares. A noite de Santo António é só amanhã, mas a música, os manjericos e as sardinhas já regressaram às ruas, ainda em tempo de covid-19 — e muitos são aqueles que, como diz o povo, querem "tirar a barriga da miséria".

Rapazes e raparigas
Estão prontos p'ro bailarico
Acabaram-se as fadigas
Em casa também não fico

Gastronomicamente falando, há uma questão que se impõe nesta altura: porque comemos sardinhas nos Santos, se elas ainda não estão boas? A resposta é dada pela Catarina Moura, que explica que "as forças culturais são certamente irreprimíveis" neste assunto. Para saber mais, é só ler aqui.

Mas voltemos à capital e ao que por lá se passa nos próximos dias. De volta estão também os Casamentos de Santo António, na Sé de Lisboa, e as Marchas Populares, na Avenida da Liberdade. Por isso, se decidir aproveitar os festejos, deve ter em conta os condicionamentos no trânsito e a presença das autoridades policiais, que vão estar "no local para coordenar a garantir a segurança viária e assegurar os desvios necessários".

Neste sentido, também a PSP deixou alguns conselhos a quem participa nas festas, considerando "os milhares de visitantes que enchem as ruas provocando um elevado aglomerado de pessoas", o que pode levar "à prática de alguns crimes que podem ser evitados".

Mas há também outro tema que não pode ser apagado dos Santos Populares: a pandemia ainda não acabou.

Ó meu rico Santo António
Nunca fui bom a rimar
Mas o assunto é sério
Vais ter de me perdoar

De acordo com um relatório do Instituto Superior Técnico sobre a pandemia, "todas as festas populares no país poderão traduzir-se num total de contágios diretos num mínimo de 350 mil, podendo atingir valores mais elevados se novas variantes entrarem em Portugal".

A propagação do vírus será maior nas festas dos santos populares das duas maiores cidades do país, "onde poderemos ter um mínimo de 60 mil contágios nos dias mais movimentados em Lisboa e 45 mil no Porto", é ainda referido no relatório, divulgado a semana passada.

Assim, fica mais um conselho: "reforçamos a recomendação do uso de máscara em grandes eventos de massas ao ar livre, em festas populares, em concertos e eventos em ambiente fechado, nos transportes públicos e em contexto laboral quando há proximidade entre trabalhadores inferior a dois metros", alertam os especialistas.

Terminado o Santo António em Lisboa, vem o São João no Porto a 23 e 24 — onde também já só se pensa no fogo de artifício no Douro, no alho-porro e martelinhos. Mas nem aí os cuidados podem ser esquecidos.

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