NATO e a polémica da cedência de territórios por parte da Ucrânia à Rússia

Gonçalo Lopes
Gonçalo Lopes

A NATO voltou esta quarta-feira a tomar uma posição sobre a Ucrânia, isto depois do chefe de gabinete do secretário-geral da Aliança ter sugerido uma medida por parte do governo de Volodymyr Zelensky, no que à adesão diz respeito.

Qual é a notícia?

O chefe de gabinete do secretário-geral da NATO, Stian Jenssen, defendeu que a Ucrânia poderia ceder território à Rússia para facilitar a sua entrada na Aliança Atlântica.

"Acho que uma solução pode ser a Ucrânia ceder território e receber a adesão à NATO em troca. Não estou a dizer que deveria ser assim, mas é uma solução possível", disse Stian Jenssen num fórum político a decorrer na Noruega, salientando que deveria ser a Ucrânia a decidir "quando e em que condições quer negociar".

Como reagiu a Ucrânia?

O presidente da Ucrânia, para já, ainda não reagiu, mas o seu conselheiro Mykhailo Podolyak criticou duramente as declarações de Jenssen.

“Trocar território por um guarda-chuva da NATO é ridículo. Isso significa escolher deliberadamente a derrota da democracia, encorajar um criminoso global, preservar o regime russo, destruir a lei internacional e passar a guerra para outras gerações. Afinal, porque é que a Rússia abandonaria voluntariamente provocações, híbridos e comportamento tradicional, sem perder?”, referiu nas redes sociais, salientando também que "se Putin não sofrer uma tremenda derrota, se o regime político na Rússia não mudar e se os criminosos de guerra não forem punidos, a guerra vai definitivamente voltar, com o apetite russo por mais".

"Tentativas para preservar a ordem mundial e estabelecer uma ‘paz podre’ por meio de, sejamos sinceros, o triunfo de Putin, não vai trazer paz para o mundo, mas sim desonra e guerra. Isto aplica-se a qualquer formato de uma nove ‘divisão da Europa’: incluindo debaixo do guarda-chuva da NATO. Então porquê propor um cenário de congelamento, tão desejado pela Rússia, em vez de acelerar o fornecimento de armas? Os assassinos não devem ser encorajados por indulgências terríveis”, continuou o conselheiro presidencial ucraniano", escreveu.

E depois como agiu a NATO?

Posteriormente a todas as declarações, A NATO assegurou hoje, oficialmente, que a sua posição sobre a Ucrânia "permanece inalterada", depois de o chefe de gabinete do secretário-geral da Aliança ter sugerido que, para facilitar a adesão, Kiev poderia fazer cedências territoriais à Rússia.

"A posição da NATO é clara e permanece inalterada. Como os líderes da NATO reiteraram na cimeira de Vilnius em julho, apoiamos totalmente a soberania e a integridade territorial da Ucrânia", disse à EFE um porta-voz da Aliança Atlântica.

"Continuaremos a apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário. Estamos comprometidos com uma paz justa e duradoura. A Ucrânia decidirá quando e em que termos a paz será alcançada e há claramente uma necessidade de garantias de segurança para garantir que a guerra não se repita", acrescentou.

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