O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje não ter ficado surpreendido com a aprovação dos cinco projetos de lei do PS, BE, PEV, PAN e Iniciativa Liberal para a despenalização da eutanásia em Portugal, falando num "resultado esperado".
O Movimento Morrer com Dignidade congratulou-se hoje com a aprovação, na quinta-feira no parlamento, dos cinco projetos de lei que despenalizam a morte medicamente assistida.
O bispo do Porto afirmou hoje, numa oposição à eutanásia, que “muitos humanistas” tentaram “libertar da morte infligida e do sofrimento psicológico muitos que os vão sofrer”, mas não conseguiram porque a “cultura necrófila sobrepôs-se à defesa da vida”.
A Conferência Episcopal Portugal (CEP) manifestou na quinta-feira "enorme tristeza" pela aprovação no parlamento, na generalidade, da eutanásia, acentuando que "acompanha e apoia todas as iniciativas pela defesa da vida e contra a eutanásia".
A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos criticou hoje a "forma precipitada" como a questão da morte medicamente assistida "foi colocada nesta legislatura" e aprovada na generalidade pelo parlamento "sem haver um debate profundo" na sociedade.
A Associação Portuguesa dos Cuidados Paliativos (APCP) lamentou hoje a aprovação da despenalização da eutanásia no parlamento e pediu um esclarecimento ao Ministério da Saúde sobre os médicos que vão proceder à sua prática.
A coordenadora do BE, Catarina Martins, assegurou hoje que o partido votará contra qualquer iniciativa de referendo sobre a despenalização da eutanásia, e saudou o “primeiro passo” no parlamento, com a aprovação de cinco projetos na generalidade.
O presidente do PSD escusou-se hoje a falar acerca da proposta de referendo sobre a eutanásia que alguns deputados do seu partido pretendem apresentar, afirmando que não irá "alimentar isso neste momento".
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, considerou que nenhum dos cinco projetos para a despenalização da eutanásia hoje aprovados no parlamento oferece “maturidade suficiente” para a aplicação desta prática em Portugal.
Oito deputados socialistas, num total de 108, votaram hoje contra na generalidade o projeto apresentado pelo Grupo Parlamentar do PS para a despenalização da eutanásia, enquanto outros sete optaram pela abstenção.
Doze deputados do PSD votaram hoje a favor de alguns projetos de despenalização da eutanásia, o dobro do número registado há dois anos, e outros dois abstiveram-se, numa votação a que faltaram seis parlamentares sociais-democratas.
A ideia de que "ninguém pede para morrer se está bem" juntou hoje milhares de pessoas contra a despenalização da morte assistida junto ao parlamento, defendendo que há um país que está lá dentro e outro lá fora.
O deputado do Chega desafiou hoje o Presidente da República a aceitar um referendo sobre a morte medicamente assistida e pediu que "não se esqueça" que Adolf Hitler despenalizou a eutanásia na Alemanha.
A deputada não inscrita Joacine Katar Moreira afirmou hoje que vai votar a favor dos cinco projetos sobre despenalização da morte medicamente assistida em nome da dignidade humana.
O CDS apelou hoje a que haja "resistência" perante uma possível aprovação da despenalização da eutanásia, vendo como legítimo um "recurso constitucional" ou a um referendo.
O deputado do PSD António Ventura manifestou-se hoje contra a despenalização da eutanásia, reconhecendo a liberdade de voto como uma decisão sem “calculismos partidários”, enquanto André Coelho Lima vê na morte assistida um "ato de profundo amor pelo próximo".
O deputado do PCP António Filipe defendeu hoje que o "direito à vida é um direito fundamental, inviolável e irrenunciável" e que a "legalização da eutanásia" acrescenta "novos riscos" numa "sociedade determinada pelo capitalismo".
O partido Iniciativa Liberal destacou hoje que o seu projeto de lei sobre a eutanásia é o único que garante “acesso prévio aos cuidados paliativos”, adiantando que votará contra os restantes diplomas.
O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) garantiu hoje que o seu projeto de lei sobre a despenalização da eutanásia “em nada” desresponsabiliza o Estado quanto ao dever de “garantir o acesso dos doentes aos cuidados paliativos”.
O deputado José Manuel Pureza apresentou hoje o projeto de despenalização da morte medicamente assistida do Bloco de Esquerda (BE) como um “passo democrático” e recusou “manobras políticas oportunistas" ou "chantagens emocionais” nas decisões do parlamento.
O PAN - Pessoas-Animais-Natureza considera que o que está em causa no debate sobre a eutanásia é decidir manter ou não como crime punível com pena de prisão um "ato de bondade".
A deputada socialista Isabel Moreira defende que cada pessoa deve ser "arquiteta livre do seu destino", destacando que o que está em causa no debate sobre a morte assistida é despenalizar a eutanásia e não liberalizá-la.
O Hospital da Ordem Terceira Chiado informou que "nas suas instalações nunca será praticada a eutanásia", no dia em que os deputados portugueses discutem, pela segunda vez desde 2018, a despenalização da morte medicamente assistida.