Dezenas de enfermeiros concentraram-se esta quinta-feira junto à entrada do Hospital São Bernardo, em Setúbal, para reivindicar uma carreira digna, no primeiro dia de greve nos blocos operatórios, que o Movimento Nacional de Enfermeiros diz ter "uma adesão de 100%".
Os blocos de cirurgia programadas dos cincos hospitais públicos onde foi convocada a greve dos enfermeiros, que hoje teve início, estão todos parados, o que demonstra “o grande descontentamento” dos profissionais, disse à Lusa um dirigente sindical.
Todas as salas cirúrgicas do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) estão hoje a prestar apenas serviços mínimos devido à greve dos enfermeiros dos blocos operatórios, disse a coordenadora do movimento "greve cirúrgica".
Cerca de quatro dezenas de enfermeiros estão concentrados desde as 08:00 de hoje em frente ao Hospital e Santa Maria, em Lisboa para revindicar uma carreira digna e mais contratações.
Duas estruturas sindicais de enfermeiros entregaram um pré-aviso de greve, de 22 de novembro a 31 de dezembro, na sequência da iniciativa promovida por um movimento para recolher fundos destinados a financiar a paralisação.
Largas centenas de enfermeiros começaram esta sexta-feira pelas 14:00 a concentrar-se junto ao Campo Pequeno, em Lisboa, numa ruidosa manifestação de protesto, que é o culminar de seis dias não consecutivos de greve.
A greve dos enfermeiros regista hoje níveis de adesão nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde de 63,6%, segundo o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
A Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) antecipou em dois dias a tradicional latada dos estudantes para que o evento não coincida com a greve dos enfermeiros e para que estejam reunidas condições de socorro e assistência.
A greve dos enfermeiros, que durou cinco dias e termina esta sexta-feira, teve uma adesão de 95%, foi um "êxito" e levou ao cancelamento de mais de duas mil cirurgias, avançou o presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros.
A greve de cinco dias dos enfermeiros, iniciada hoje às 00:00, está com uma adesão na região Centro na ordem dos 90%, sendo as cirurgias programadas as mais afetadas, anunciou a Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE).
A adesão à greve dos enfermeiros na Madeira estava, esta segunda-feira de manhã, nos 38%, segundo o Serviço Regional de Saúde da Madeira, e nos 92%, de acordo com Federação Nacional dos Sindicatos do setor.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses reivindicou hoje "uma adesão extremamente elevada" à greve nacional que convocou, apontando números entre 70 e 90% em várias unidades de saúde.
O Hospital de Guimarães explicou que a marcação de faltas injustificadas aos enfermeiros que cumpriram um protesto pela falta de reconhecimento da especialidade decorre da lei e sublinhou que é "prioridade" da administração "cumprir o rigor da legislação aplicável".
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu hoje que o chumbo no parlamento à audição das ordens dos Médicos e dos Enfermeiros mostra "a forma de atuar das esquerdas unidas" de "falta de capacidade de diálogo democrático".
O CDS-PP manifestou-se hoje perplexo com a recusa do PS, PCP e BE em ouvir, no parlamento, as ordens dos Médicos e dos Enfermeiros sobre os efeitos da greve das últimas semanas.
O CDS-PP anunciou hoje que vai chamar ao parlamento as ordens dos médicos e dos enfermeiros, diretores clínicos e enfermeiros-diretores de 11 centros hospitalares para explicarem o "real impacto" dos protestos dos enfermeiros.
O líder comunista considerou hoje justa a luta dos enfermeiros pelos seus direitos laborais, lembrando propostas legislativas apresentadas por parte do PCP, mas valorizou a necessidade de "diálogo e negociação" com o Governo do PS.