Afinal, não é preciso muito dinheiro para viajar. Pelo menos para viajar pela Europa (neste caso, Viena, Cracóvia, Budapeste, Praga, Berlim e Amesterdão), sem grandes extravagâncias, mas com algum conforto. E um passe de Interrail do Parlamento Europeu.
A app da Interrail anuncia a greve da CP por toda a Europa, num dia marcado pela despedida de Vinkeveen e pelo regresso a Maastricht, uma cidade universitária mais pequena do que Matosinhos ou Vila Real de Santo António, onde a animação cultural é vibrante.
Há cerca de 900 mil bicicletas em Amesterdão, mais do que o número de residentes. Os dados oficiais dizem que todos os anos mais de 15 mil são retiradas dos canais, mas também são pescados carros devido à inclinação do estacionamento. Nesta crónica fala-se disso e também há fotos de gatinhos.
As oportunidades que a União Europeia tem para oferecer a jovens dos 13 aos 30 anos são inúmeras. Basta estar atento. As últimas horas em Berlim são aproveitadas ao segundo e a chegada a Amesterdão volta a trazer o "calor de casa".
O que impede Portugal de implementar um sistema de reciclagem de garrafas e latas com depósito semelhante ao que existe na Alemanha ou nos Países Baixos? Seria bom para o ambiente e para a carteira.
O passe de Interrail também fomenta a participação cívica. Em determinadas datas há encontros políticos com estadia e alimentação pagas. É num desses que estamos em Berlim.
A caminho de Berlim a viagem é tranquila. Uma má escolha de hotel, roupa lavada e o regresso à infância marcam o fim de dia na capital da Alemanha, um cidade vasta, vibrante e que conta a sua história.
O tempo voa em Praga. Para maximizar o Interrail, nada como ir consultando o "site" DiscoverEU, onde encontramos eventos e descontos em todos os cantos. O último dia na cidade é a explorar locais menos turísticos.
Praga, capital da Chéquia, é uma cidade linda. Mas de noite há pragas que preferíamos ter evitado. O dia, apesar de tudo, foi bem aproveitado em parques, museus e igrejas.
Sete horas e meia de viagem exigem livros, jogos e sonecas. E também alguns "snacks", já que não há comida à venda a bordo (deste e de quase todos os comboios).
Muita água e muito protetor solar, sempre. Uma livraria-café a não perder, o mercado dos produtores locais, edifícios extraordinários e um cruzeiro no rio. Um dia em Budapeste.
Afinal, parece que não é mito e um azar nunca vem só. Às vezes é preciso parar e respirar fundo em vez de entrar em parafuso. A capital da Hungria é uma cidade cheia de contrastes e... shit happens.
A Jerónimo Martins, dona dos supermercados Biedronka, que se cuide, um terço da população polaca vive a 300 metros ou menos de uma loja de conveniência Żabka. O último dia em Cracóvia: um mergulho no lago Zakrzówek, uma fábrica de pastéis de nata e um concerto surpresa.
Num dia pode estar um calor de rachar, no outro ficamos encharcados que nem uns pintos. Esta é também a beleza de cruzar fronteiras. Cracóvia não fica muito longe de algumas cidades da Ucrânia, mas ali também se chora a Palestina.
A importância de ter um plano B e de não entrar em pânico quando as coisas correm mal. Um calor de ananases, a chegada a Cracóvia e uma alcunha em polaco.
Quem vai regar as plantas? É um dos muitos preparativos antes da viagem de duas semanas e meia com um passe de interrail. E, surpresa, não é só em Portugal que os comboios atrasam: na Alemanha também.
No ano passado, em Portugal, 12 mil jovens candidataram-se ao passe de Interrail grátis e 1400 ganharam um bilhete. O Francisco tem 19 anos, estuda nos Países Baixos e candidatou-se em 2023. Ganhou um bilhete que o vai levar por esta Europa fora e este é o seu diário de viagem publicado no SAPO24.