Estas ideias foram transmitidas por António Costa no final de uma longa visita por dezenas de 'stands' de 'startups' nacionais presentes na Web Summit - percurso em que esteve acompanhado pela sua mulher, Fernanda, pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, pelos ministros Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, e do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, assim como pelo secretário de Estado Eurico Brilhante Dias.
"A Web Summit não é só um evento para trazer estrangeiros a Portugal, mas também uma excelente oportunidade para incentivar os portugueses a empreenderem e para encorajar todos os que estão a sair das nossas universidades a desenvolverem os seus negócios. A Web Summit é sobretudo uma enorme montra para todo o mundo em relação àqueles que já criaram as suas 'startups' e que estão aqui a procurar parceiros, novos clientes, novos recursos humanos para se expandirem", declarou o primeiro-ministro.
No final de uma visita de cerca de duas horas, António Costa dialogou com jovens empreendedores de vários pontos do país, ouvindo explicações sobre produtos tecnológicos dedicados à gestão de parques de estacionamento, ao alojamento local, para a simplificação de informação fornecida a partir de 'softwares' diversos ou, mais assustador, para estudo pormenorizado sobre a tranquilidade de um candidato numa entrevista de emprego.
"São empresas que têm produtos e serviços da maior variedade e que demonstram bem o dinamismo do nosso ecossistema de 'startups' e de empreendedorismo. É preciso continuar a dar força se quisermos continuar a criar melhores empregos, com melhores salários e, para isso, é fundamental apostar nesta inovação", advogou o líder do executivo.
Perante os jornalistas, António Costa procurou frisar a ideia de que o seu Governo apoiou este ano 200 'startups' portuguesas no sentido de poderem estar na Web Summit sem terem de pagar a taxa bastante elevada de presença.
"A generalidade daqueles com quem contactei estão animados, já se encontram no mercado, têm clientes e, portanto, possuem algum sucesso. Obviamente, aqui, na Web Summit, têm uma boa oportunidade para se internacionalizarem, chegando a todo o mundo, além do mercado que já têm em Portugal", disse.
O primeiro-ministro fez depois questão de referir que os três "unicórnios" nacionais, empresas tecnológicas que atingiram um capital de mil milhões de dólares, tiveram um percurso semelhante ao de muitas das atuais 'startups' portuguesas.
"Deram-se a conhecer e mobilizaram capital estrangeiro. Há pessoas que andam pelo mundo inteiro a procurar boas ideias e empresas novas", completou o primeiro-ministro, considerando, depois, que a Web Summit "é igualmente um grande banco de ideias para o Estado e para a administração pública".
"Todos os anos têm sido abertos concursos para atrair a inovação para a administração pública. No ano passado, foi lançado um concurso para mobilizar projetos de inteligência artificial, tendo em vista resolver problemas clássicos da administração pública".
Para o líder do executivo, a administração pública apresenta mesmo uma vantagem: "Tem um enorme recurso em matéria de dados, o que ajuda as empresas a desenvolverem e a treinarem as suas aplicações".
Durante a visita, António Costa experimentou uns óculos inovadores destinada a lojistas no atendimento dos seus clientes e tomou um café servido por um astronauta.
"É mais um bom exemplo da capacidade de inovação da Delta. No ano passado, eles tinham uma máquina que vencia a gravidade, distribuindo café de baixo para cima. Este ano o café veio do espaço, numa máquina portátil para tirarmos as nossas bicas", comentou António Costa com evidente satisfação.
Mas este café "vindo do espaço" serviu a António Costa para reforçar uma convicção pessoal: "Estamos perante a demonstração como, mesmo em coisas tão tradicionais como tirar uma bica, há sempre espaço para inovar. Em tudo há espaço para inovar", acrescentou.
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