Estas organizações denunciaram as empresas à FTC, a Comissão Federal de Comércio norte-americana, e pediram uma investigação sobre estas práticas.
As associações de defesa dos consumidores alegam que o Google recolhe informações pessoais de menores de idade no YouTube, um site proibido para menores de 13 anos. Entre os dados recolhidos está a sua localização, o dispositivo que utilizam para consumirem os vídeos da plataforma, ou os números de telefone dos menores, "sem informar previamente os pais". As informações são utilizadas com "fins publicitários na Internet", acusam.
"Há anos que o Google abandonou as suas responsabilidades no que diz respeito às crianças e suas famílias, afirmando de maneira enganosa que o YouTube — um site inundado de desenhos animados, canções infantis e publicidade de brinquedos — não está habilitado para menores de 13 anos", afirma em comunicado Josh Golin, da Campanha por uma Infância sem Publicidade, uma das organizações que denunciou a maior plataforma online de partilha de vídeos.
"A Google obtém lucros gigantescos com a publicidade para crianças e deve respeitar a COPPA", a lei de proteção da vida privada das crianças na Internet, destaca Golin.
As práticas do Google violam esta lei de 1998, que "proíbe que um site destinado a crianças saiba o que as crianças utilizam, recolha ou utilize informações sem o acordo prévio dos pais".
Um porta-voz do Google disse à AFP que a empresa ainda não teve acesso à denúncia, mas que "proteger as crianças e suas famílias é uma prioridade" do grupo.
"Como o YouTube não é voltado para crianças, fizemos grandes investimentos para criar a aplicação YouTube Kids, uma alternativa especialmente destinada às crianças", salientou o porta-voz.
A desconfiança do público é cada vez maior a respeito da gestão dos dados pessoais por parte de grandes empresas de Internet como o Facebook, que tem estado no centro de uma vasta polémica internacional com a empresa Cambridge Analytica, acusada de ter recuperado dados de milhões de utilizadores da rede social, sem o seu consentimento, para elaborar um programa informático destinado a influenciar o voto dos eleitores, favorecendo a campanha de Donald Trump.
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