Cerca de 20 agentes conduziram buscas nos escritórios da Cambridge Analytica em Londres esta sexta-feira, 23 de março, tendo a operação ficado concluída por volta das 03:00 desta madrugada.

"Agora precisamos de analisar as provas antes de decidir os próximos passos ou fazer conclusões", disse um porta-voz das autoridades.

A operação deve lugar no segundo piso do edifício da agitada New Oxford Street.

créditos: EPA/TOLGA AKMEN

O Facebook tem estado no centro de uma vasta polémica internacional com a empresa Cambridge Analytica, acusada de ter recuperado dados de 50 milhões de utilizadores da rede social, sem o seu consentimento, para elaborar um programa informático destinado a influenciar o voto dos eleitores, favorecendo a campanha de Donald Trump.

O escândalo levou a uma descida das ações do Facebook e Mark Zuckerberg foi convocado por uma comissão parlamentar britânica e pelo Parlamento Europeu para se explicar. As autoridades britânicas investigam se a rede social fez o que estava ao seu alcance para proteger os dados dos cidadãos britânicos. Nos Estados Unidos, os procuradores de Nova Iorque e de Massachusetts e a Comissão Federal do Comércio anunciaram que vão investigar o caso.

Depois de vários dias de silêncio, Mark Zuckerberg veio a público reconhecer erros, pedir desculpa e garantir que estão a ser tomadas medidas para evitar que uma situação semelhante volte a acontecer no futuro.

"Temos a responsabilidade de proteger os vossos dados pessoais e, se não conseguimos fazê-lo, não merecemos servir-vos. Tenho trabalhado para perceber exatamente o que aconteceu e como garantir que isto não volta a acontecer. A boa notícia é que as ações mais importantes para evitar que esta situação se volte a repetir, já foram tomadas há anos. Mas também cometemos erros, há mais a fazer".

A empresa afirmou-se "escandalizada por ter sido enganada" pela utilização feita com os dados dos seus utilizadores pela Cambridge Analytica, e disse que "compreende a gravidade do problema".

"Existiu um erro claro" em trabalhar com a Cambridge Analytica, disse. No Facebook "temos de ter a certeza que não nunca mais cometemos um erro destes", acrescentou.