O Governo tem que convencer os analistas com números realistas e não com insinuações de incompetência. É que os incompetentes das agências de rating têm um poder muito superior aos dos gabinetes ministeriais, porque os primeiros é que decidem a que taxas de juro é que os segundos conseguem financiar
Vamos ter a política portuguesa menos mal disposta. Com um Presidente comunicador como é Marcelo e um Primeiro-ministro negociador como é Costa, anunciam-se meses de equilíbrio harmónico no topo do Estado e na governação do país. É um alívio numa época em que há que suturar a fratura social. Não é q
Cavaco Silva está prestes a afastar-se da ribalta da política nacional - ao fim de mais de 30 anos em que ocupou os mais importantes cargos da nação, como primeiro-ministro e presidente da república (com uma pausa entre ambas essas funções, do final de 1995 a 2006). Sendo o político que, desde o 25
Vivi mais de 30 anos com Cavaco Silva, pelo que escolher um momento desta convivência é difícil. Mas é possível traçar uma linha de vida, sabendo que ele nunca me desiludiu porque eu nunca me iludi com ele - e não falo apenas enquanto Presidente da República, mas também como Primeiro-Ministro. Eis o
Cavaco está entranhado no estranho apelido com que assino este texto. Um notável Ralha integrou, aos 66 anos de idade, o XI Governo Constitucional, ficando conhecido como "avô do Cavaquismo". Isso, então, faz de mim… trisneta de Cavaco.
Aqui fala um antigo jornalista, que nasceu para a profissão quando Cavaco Silva já era primeiro-ministro. E para que fique desde já claro, não se gaba desse facto ou rejubila com a pessoa em título. Cavaco é tudo o que de mau o 25 de Abril nos trouxe em termos políticos. Traz ao de cima, e ao paláci
Falemos como no futebol: uma triangulação. Foi isso que se deu naquela hora de almoço de sexta-feira, 24 de Junho de 1994. Eu estava a almoçar com a minha (então) noiva, Cristina, e a dupla José Eduardo e Florbela Bem, responsáveis da empresa "Casa do Marquês", a quem entregáramos a produção do noss
Marcelo Rebelo de Sousa é o novo Presidente da República, ganhou à primeira volta, ele, sem apoios partidários, sozinho, suportado numa reputação, construída anos a fio no comentário político televisivo, numa carreira académica e na capacidade, única, de falar ao Centro-Esquerda sendo de Direita. An
Das eleições presidenciais cuja campanha para a primeira ou única volta hoje termina, já se ouviu dizer muita coisa. Que são maçadoras, que são favas contadas, que são pitorescas, que não interessam para nada, que põem fim ao cavaquismo, que são plurais, que puxam pelas mulheres, que são uma fantoch
Tornou-se um dos temas mais debatidos nesta campanha morna: Marcelo Rebelo de Sousa levaria vantagem porque foi, ao longo dos últimos anos, comentador politico na TV e na rádio. Ou seja, tornou-se popular. Que eu saiba, não há estudos que comprovem essa relação directa - e a minha intuição diz-me qu
O negócio dos mimos – sem cariz sexual – vai bem e recomenda-se. São já várias as empresas que apresentam um portefólio de serviços que incluem a oferta de carinho, abraços, aconchegos e outras emoções similares aos que vivem demasiado sozinhos para os terem de borla. Bizarro? À primeira vista, talv
Houvesse um Ali Babá na história e o título desta crónica era outro. Mas não há. Os 30 deputados que pediram ao Tribunal Constitucional para verificar a constitucionalidade da redução das subvenções vitalícias optaram por fazê-lo pela calada. Entende-se porquê. O despudor é tão grande que até eles o
Ryszard Kapuscinski, mestre essencial para jornalistas de sucessivas gerações, analisou, no começo deste século que "antes, a notícia era a verdade, agora tornou-se mercadoria". Ele foi a África pela primeira vez em 1957 e voltou vezes sem conta ao longo de meio século. Testemunhou, sem lugares comu
Manuel Caldeira Cabral é um crente. Em quê? Crente nas promessas dos empresários e gestores da restauração, nas juras de redução dos preços junto dos consumidores e na contratação se o Governo descer o IVA do setor de 23% para 13%. E se tal não suceder? "Ficava preocupado", diz o ministro da Economi
O telefone tocou, a taxista activou a opção "alta voz" e eu, no banco de trás, fui espectadora do que se seguiu. "Muito bom dia, tenho o prazer de estar a falar com a senhora fulana de tal?". A taxista confirma, enquanto continua a driblar o trânsito de Lisboa. "Senhora fulana de tal, fala do Banco
A semana foi tão marcada pela figura e pela obra de David Bowie que é difícil escapar-lhe. Já tudo foi dito, as canções recordadas, as múltiplas imagens do camaleão devidamente assinaladas. Há primeiras páginas de jornais notáveis, como a do francês Liberation e do britânico The Guardian; há textos
Temos, provavelmente de forma exagerada, horror à chamada instabilidade política. E se das eleições não sai uma maioria absoluta? E se não é possível formar uma coligação estável? E se daqui a uns meses vamos novamente para eleições? E se a legislatura não se cumpre até ao fim?
David Bowie morreu e recebeu vários tributos dirigidos à sua vida artística. No entanto, o seu impacto no mundo da tecnologia passou despercebido, embora tenha sido uma figura importante na antecipação de tendências. A influência de Bowie no mercado online e da tecnologia foi discreta mas marcante.
O que é que aconteceu na noite de fim de ano na grande praça diante da majestosa catedral e da estação central de comboios de Colónia? Foi uma noite de vergonha, com intoleráveis ataques a centenas de mulheres. O corpo e a intimidade da mulher – das mulheres - foi o principal alvo. Os homens que em
No filme de Nicolas Roeg de 1976, "O homem que caiu na terra", David Bowie faz o papel de um alienígena que vem do seu planeta distante, Anthea, à procura de água.
É preciso muita coragem para continuar a ser um investidor em Portugal, e não estou a pensar nos grandes fundos, naqueles gigantes internacionais que fazem tremer as bolsas, estou mesmo a pensar nos pequenos, nos que investem as suas poupanças nas empresas portugueses e são tão mal-tratados, ao pont
Desmonta-se a árvore de Natal, empacotam-se as bolas e as luzes, guardam-se as passas e o champanhe que possam ter sobrado do réveillon. Acabou-se o bolo-rei, mas a festa talvez ainda não.