Christopher Sayegh trabalhou nas cozinhas de vários restaurantes de luxo, distinguidos com estrelas Michelin, mas agora a solo, o seu objectivo é levar a “alta cozinha a outro nível”, segundo as suas próprias palavras. Como? Introduzindo cannabis, em receitas que levam ingredientes como grão de bico, ou bifes de carne Wagyu, oriunda do Japão.
Por agora, para poder fazer uma refeição de degustação com cannabis, os clientes do chef Sayegh têm que ter um cartão, que os autoriza a consumir a planta para fins medicinais. Em novembro, o estado da California irá votar a possibilidade de legalizar o uso de cannabis para fins recreativos para maiores de 21anos. Cinco outros estados americanos, incluindo Alasca, Colorado e Washington, já adoptaram uma lei de despenalização das chamadas drogas ligeiras, e atualmente em 23 estados - incluindo a Califórnia já é legal o uso com receita médica.
As vendas legais de cannabis representaram 1,2 mil milhões de dólares em 2015, mais 232% que em 2014 e a previsão para o ano 2020, é de 22 mil milhões de dólares.
Os números do mercado animaram o jovem chef empreendedor, que vende as suas refeições de canapés “especiais” por 200 a 500 dólares por pessoa.
Como em tudo, é necessária moderação
Na cozinha, o chef explica que não se lida com este ingrediente como com qualquer outro: há que ter especial cuidado. “Não é como pegar num pedaço de manteiga e atirar para a frigideira”, afirma. As doses têm de ser minuciosamente calculadas e “há ainda que ter muito cuidado com a quantidade de calor usado na confeção que pode alterar o efeito da substância".
A opinião de quem experimentou é que até ao terceiro prato, não se sente muito o efeito. Do quarto para o quinto prato, começa a dar-se pelo tal ingrediente especial. O chef adianta que os efeitos são prolongados pelo facto de a cannabis passar pelo sistema digestivo. E os clientes manifestam satisfação por ser uma forma de consumir melhor que a inalação, além de ficarem com um sabor na boca que não é de marijuana.
A filosofia do chef Christopher (Chris) Sayegh pode ser explorada no seu site The Herbal Chef onde dá a conhecer o seu percurso profissional e sobretudo as suas propostas e métodos. Nas FAQs do site – área de perguntas frequentes – a primeira questão é sobre se está disponível para criar refeições sem o uso de cannabis. Ao que responde: “Claro que sim. A comida vem primeiro, sempre, e a cannabis depois”. Sobre o preço, adianta que pode variar entre 200 e 500 dólares por pessoa, sobretudo pelo custo da marijuana. Mas sem desprimor para o resto: um bom vinho e ingredientes sempre frescos, do dia.
A pergunta que muitos leitores estarão a fazer por esta altura também tem resposta no site. “Todos ficam pedrados com os jantares servidos?” – e a resposta é inequívoca. “Sim! É engraçado ver como o serão vai evoluindo. No início, todas as pessoas estão conversadoras e entusiasmadas, mas mais para o fim, todos estão felizes e risonhos no sofá. É uma transição fantástica!”.
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