As duas peças que serão tocadas pela primeira vez em Portugal são a Sonata em trio em Sol Maior, para violino, violoncelo e continuo, uma peça descoberta pelo musicólogo Federico Maria Sardelli e o violinista Javier Lupiáñez, que faz parte do ensemble, e a Sonata para violino e continuo em Lá Maior, descoberta por Lupiáñez.
Do programa do recital, às 18:00, constam ainda, também de Antonio Vivaldi, as Sonatas RV 810 e RV 816, para violino e continuo, e uma outra sonata, também para violino e continuo, de um compositor anónimo italiano.
Quanto às duas peças em estreia em Portugal, o “Trio Sonata para violino e Violoncelo em Sol Maior, [foi] identificada como um trabalho genuinamente vivaldiano pelo estudioso italiano Federico Maria Sardelli e pelo violinista e investigador Javier Lupiáñez, em 2014, catalogada recentemente como RV 820, e a Sonata para violino e contínuo em Lá Maior, descoberta por Javier Lupiáñez, foi incluída no catálogo vivaldiano no final de 2015″, explica o museu.
“Ambas as peças fazem parte da coleção de Pisendel, em Dresden, na Alemanha, acrescenta o museu, referindo que a cidade germânica possui “uma das maiores bibliotecas com obras de Vivaldi na Europa, e isso deve-se a Georg Pisendel, concertino da orquestra da corte de Dresden, que, durante a primeira metade do século XVIII, reuniu uma incrível quantidade de música de câmara, sobretudo de autores italianos”.
Vivaldi foi professor de Pisendel e tornou-se seu amigo.
“Do um ponto de vista musicológico uma das melhores razões para atribuir estas peças a Vivaldi é sem dúvida a grande quantidade de concordâncias temáticas com outras das suas obras”, justifica o museu, acrescentando: “Um dos exemplos mais significativos encontra-se no primeiro movimento da Sonata em Lá Maior, para violino e contínuo, que é na realidade uma reutilização do segundo movimento do Concerto para Violino em Ré Maior (RV 205)”.
O Ensemble Scaramuccia iniciou o seu trajeto no Fringe Festival, em 2013, nas edições em Utreque, na Holanda, e em Bruges, na Bélgica, tendo desde então desenvolvido “uma intensa” atividade nos palcos neerlandeses, belgas, britânicos e italianos.
O museu refere que o interesse grupo liderado por Javier Lupiáñez, em descobrir novo repertório barroco proporcionou a oportunidade de tocar em estreia mundial duas obras de Vivaldi, numa emissão gravada ao vivo e transmitida em 2014 por uma rádio da Holanda.
Em novembro de 2015, o grupo gravou o seu primeiro CD, pela Ayros, constituído por peças de Vivaldi e por “obras recentemente descobertas para violino e baixo contínuo”.
No ano passado, o grupo foi distinguido com o Prémio do Público para Melhor Ensemble, do concurso internacional Göttinger Reihe Historischer Musik, na Alemanha.
Além de Javier Lupiáñez (violino e direção), o Ensemble Scaramuccia é constituído por Inês Salinas (violoncelo barroco) e Patrícia Vintém (cravo).
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