"Aqui podes dizer tudo e errar", diz Mariana Cabral (mais conhecida como Bumba na Fofinha) enquanto apresenta o convidado do terceiro episódio de RESET: Rui Maria Pêgo. É radialista, ator, e tudo aquilo que exigem os vários projetos em que decide embarcar constantemente. "Eu desinteresso-me rápido pelas coisas que faço", confessa.

O objetivo deste podcast é apenas e só falar do fracasso e é com essa premissa que surge o nome RESET, por todas as vezes em que é preciso começar do zero.

Durante a conversa com Mariana Cabral, Rui Maria Pêgo descreve os momentos em que usamos "a nostalgia como arma", quando nos agarramos à tristeza para fugir à responsabilidade de ter de seguir em frente depois de algo que correu mal, como uma defesa para nos protegermos desses mesmos males (principalmente se forem de amores). Contudo, esses momentos podem também servir para conseguir transformar as coisas más em coisas boas. "Eu tive um desgosto fatal e fiz o filho da mãe. Eu estava em dor horrível e a preparar a Avenida Q", conta.

O radialista e ator conta também que concorreu várias vezes a universidades de artes performativas nos Estados Unidos (Yale, Juilliard e NYU), mas onde nunca conseguiu entrar, para além de ter abordado a aceitação, para si e para os outros, do facto de ser homossexual, um tema sobre o qual já fala abertamente depois de alguns anos a carregar "a culpa católica". E lembra que o preconceito ainda existe, referindo que tem "amigos super talentosos que são gays" e que, por esse motivo, "não trabalham".

Talvez seja por isso que Rui Maria Pêgo faz ainda questão de frisar a sua "posição de privilégio tremenda", pelo meio onde nasceu (o pai é radialista, a mãe é apresentadora de TV) e por ter "um programa de conversas na rádio generalista mais ouvida do país", o "Era O Que Faltava", na Rádio Comercial. No entanto, não esquece as quedas em palco e as histórias embaraçosas no Curto Circuito, tudo para ouvir neste RESET.

Não esquecer:

Rui Maria Pêgo foi o convidado do terceiro episódio de RESET, disponível todos os domingos no canal de Youtube com o mesmo nome e no Spotify em formato áudio. A primeira temporada tem 8 episódios. O primeiro foi com Ricardo Araújo Pereira e o segundo com a cantora Carolina Deslandes. O próximo entrevistado ainda está por revelar, uma vez que esse é o elemento surpresa do programa.

O podcast tem ainda um objetivo solidário. Cada convidado entrevistado escolhe uma causa para apoiar, à qual a Delta Q faz uma doação. Rui Maria Pêgo destinou estes 500 euros à Rede Ex Aequo, associação que tem como objetivo "trabalhar no apoio à juventude LGBTI e na informação social relativamente às questões da orientação sexual, identidade e expressão de género e características sexuais".