A recompensa, que duplica a anterior, de cinco milhões de dólares, é a maior oferecida por uma instituição norte-americana e tem o objetivo de obter "informação fiável" que permita chegar às peças desaparecidas há 27 anos, naquele que continua a ser o maior roubo de arte efetuado nos Estados Unidos, numa só ação, num mesmo local, de acordo com o FBI, que mantém aberta a investigação.
"O concerto", de Jan Vermeer, "Mulher e homem de negro" e um autorretrato da juventude, de Rembrandt, assim como "Cristo na tempestade, no mar da Galileia" - a única paisagem marítima conhecida do pintor de a "Ronda da noite" -, encabeçam a lista de objetos roubados, na qual se encontram também telas e estudos de Monet e de Degas, um vaso da dinastia chinesa Shang (1200-1100 a.C.) e um mastro de bandeira do exército de Napoleão, num total avaliado, à época, em 423 milhões de euros.
De acordo com o comunicado, a oferta "expira a 31 de dezembro de 2017".
O Museu Isabella Stewart Gardner, de Boston, foi alvo do roubo, na madrugada de 18 de março de 1990, o dia a seguir aos festejos de São Patrício.
Dois homens disfarçados de polícia apresentaram-se no museu, para responderem a uma suposta chamada de emergência. Desligado o alarme, prenderam os agentes de segurança, tiraram as 13 peças de arte e levaram consigo as cassetes de segurança.
Em 2015, na passagem dos 25 anos do roubo, o FBI divulgou uma filmagem do dia anterior, 17 de março, pedindo a identificação de um homem e de uma viatura, considerados suspeitos, que se deslocaram ao museu.
Atualmente, o FBI diz conhecer a identidade dos assaltantes, entretanto mortos em circunstâncias alheias ao assalto ao museu Gardner, mas desconhece o paradeiro das obras. Ao longo dos anos, foram apontados, como suspeitos, elementos da Mafia, assim como apoiantes do Exército Republicano Irlandês (IRA), radicados nos Estados Unidos, em busca de financiamento para a organização, mas nenhuma das teorias foi confirmada.
Em junho, numa entrevista ao jornal Boston Globe, o investigador holandês Arthur Brand, especializado no mundo da arte, conhecido por ter recuperado o quadro "Adolescência", de Dalí, apontou para a "pista irlandesa" - não para o IRA -, e considerou possível conhecer o destino das obras roubadas, antes do fim do ano.
Brand sublinhou, no entanto, que não há certeza sobre o estado de conservação das diferentes peças, nem tão pouco se foram ou não destruídas, num qualquer momento destes 27 anos.
O chefe de segurança do museu, Anthony Amore, que conhece Brand, disse ao jornal estar convencido de que as obras se encontram nos Estados Unidos.
O museu mantém vazios os lugares das obras de arte roubadas, no percurso expositivo.
Uma visita guiada virtual pode ser feita aqui.
O museu foi criado em 1903, em Boston, por Isabella Stewart Gardner, patrona das artes. Ticiano, Rembrandt, Michelangelo, Rafael, Botticelli, Manet, Degas, John Singer Sargent e James Whistler são alguns dos artistas representados na coleção original.
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