1. de Maio. Foi diferente; muito diferente. Mas não se deixou de assinalar o Dia de Trabalhador. No local histórico das comemorações da CGTP no 1.º de Maio, embora com manifestantes de máscara e com o devido distanciamento social. Ou seja, a pandemia não impediu que centenas de pessoas enchessem esta tarde os relvados da Alameda, em Lisboa, onde se pediu o "fim das agressões laborais". Leia a reportagem no local e veja as fotos aqui.
"Alguns queriam calar-nos, mas não nos calamos, cumprindo as regras de segurança individual e coletiva", disse Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, no seu discurso comemorativo do Dia do Trabalhador e onde assinalou a sua recusa de que a crise seja aproveitada para reduzir os direitos dos trabalhadores e para que se aplique novamente a austeridade — até porque já há uma "ofensiva que já está em marcha". E reiterou que Portugal não pode ficar refém da "bazuca" de Bruxelas.
Por seu turno, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, também esteve presente na celebração da data e aproveitou a ocasião para relembrar que antigamente "não havia o vírus, mas havia a repressão" e que nunca "se desistiu de fazer o 1.º de Maio independentemente das circunstâncias".
Covid-19. Os dados de hoje do boletim epidemiológico diário da DGS apontam para um número redondo: Portugal ultrapassou a barreira das 1000 mortes. No entanto, foi o segundo dia consecutivo abaixo das 20 mortes/dia. O que não quer dizer que se possa voltar já à vida normal. António Costa tem vindo repetir essa ideia nos últimos dias e Marta Temido, ministra da Saúde, durante a conferência de imprensa diária sobre a situação da pandemia no país, abordou precisamente o relaxamento de medidas e sublinhou que não espera que "os portugueses saiam à rua como se não estivéssemos numa crise epidémica".
A pouco e pouco. Vão sendo dados os primeiros passos para que se fazer face à crise económica provocada pela pandemia. Ainda com muitas limitações, pois já se sabe que sem vacina, nada será como antes. Nesta nota, convém lembrar que os mercados municipais vão reabrindo para ajudar agricultores locais a escoar os seus produtos.
A chamada transatlântica. A nota veio diretamente da Presidência da República: Donald Trump ligou a Marcelo Rebelo de Sousa para parabenizar o comportamento de Portugal no combate à pandemia. Porém, segundo o comunicado, esse não foi o único tema que ocupou a linha entre o Chefe de Estado e o presidente norte-americano. Para saber mais é só ir aqui.
Desporto. Primeiro, o Futebol. Se em Portugal a bola deve começar a rolar no final deste mês (mas só a I Liga), hoje foi a vez dos clubes Serie A (Itália) e da Premier League (Reino Unido) se prenunciarem. E a sua voz soou em uníssono: a vontade é voltar.
Dos relvados para as pistas, hoje soube-se que o Grande Prémio de Fórmula 1 da Hungria, previsto para decorrer em 2 de agosto, em Hungaroring, vai acontecer, mas à porta fechada. Porém, ainda estão detalhes por limar.
Internacional. A história que envolve o desaparecimento da mulher de Tom Hagen, um dos empresários mais ricos Noruega, tem agitado uma nação pouco habituado a situações desta natureza. O desfecho é ainda incógnita que parece ter saído das páginas de um romance policial de Jo Nesbø, mas a verdade é que o caso ainda não está resolvido e promete continuar a dar que falar.
Dos Estados Unidos da América, o ex-vice-presidente norte-americano e atual candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, negou oficialmente a acusação de agressão sexual a uma ex-funcionária do Senado nos anos de 1990. "Estou a afirmar inequivocamente que nunca, nunca aconteceu", disse.
Sugestões para não-fazer-absolutamente-nada. Há várias coisas para entreter cidadão alheio neste Dia do Trabalhador. Desde festivais à janela, a competições de e-Sports e até concertos. Para saber quais em concreto, basta dar uma espreitadela aqui. Na televisão, computador ou seja qual for o dispositivo lá de casa de eleição, não se podia dar outra recomendação para o sofá: o documentário sobre Ayrton Senna, disponível na Netflix. Ou não tivesse Senna partido há precisamente 26 anos.
Sem mais, o meu nome é Abílio dos Reis e hoje o dia foi mais ou menos assim.
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