“Isolámos casos na Alemanha, publicaremos um novo relatório amanhã”, disse o presidente do Instituto Robert Koch para Vigilância da Saúde Pública, Lothar Wieler, em conferência de imprensa sobre a variante B.1.617, detetada pela primeira vez na Índia.
A Organização Mundial da Saúde anunciou na terça-feira que essa mutação do vírus foi identificada em 17 países, incluindo vários na Europa.
Hoje, a organização alertou para o levantamento em curso das restrições em vários países europeus.
“A situação que aconteceu na Índia pode acontecer em qualquer sítio”, avisou.
A Índia registou hoje 3.645 mortes por covid-19, mais 350 do que na quarta-feira, batendo um novo recorde num país dominado por uma vaga violenta de contágios.
Esse aumento exponencial, atribuído em parte à nova estirpe, mas também ao ajuntamento de multidões em eventos políticos e religiosos, sobrecarregou os hospitais, deixando-os com falta de camas, de medicamentos e de oxigénio.
A crise é particularmente grave na capital, Nova Deli, com pessoas a morrer às portas de hospitais apinhados, indicou a agência francesa de notícias AFP.
Na terça-feira, o professor universitário Gautam Menon, especialista em modelos de previsão da pandemia, disse à Lusa que a Índia só deverá atingir o pico da segunda vaga “em meados de maio”, podendo atingir os 500 mil casos diários.
“A situação atual é muito grave e a positividade dos testes é de mais de 20%, por isso já há uma grande transmissão comunitária, que não parece provável que baixe no curto prazo”, disse o professor de Física e Biologia da Universidade Ashoka, na cidade de Sonipat, a 40 quilómetros de Nova Deli.
A Alemanha, que está a passar pela terceira vaga pandémica, voltou a adotar mais restrições no sábado, incluindo a imposição, pela primeira vez, de um recolhimento noturno a nível nacional.
A maior economia europeia informou hoje ter registado quase 25.000 novos casos de infeções em 24 horas e 264 mortes, elevando o total de mortes para 82.544 pessoas desde o início da pandemia.
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