O ainda diretor-geral partia para estas eleições juntamente com a norte-americana Amy Pope, que conseguiu mais votos, nomeadamente 98 contra os 67 de António Vitorino.

Para ganhar seria necessário, contudo, dois terços dos votos, pelo que iria avançar-se para uma segunda volta. O português, no entanto, abdicou da disputa e assim Amy Pope será a nova diretora-geral da OIM.

António Vitorino, recorde-se, estava na liderança desde há cinco anos e era apoiado pela União Europeia, ao passo que Amy Pope tinha do seu lado o líder dos Estados Unidos, Joe Biden.

A norte-americana, uma advogada de 49 anos, ocupava atualmente o cargo de vice-diretora da OIM, sendo que esta foi a primeira vez que uma pessoa em tal posição concorreu contra o presidente em exercício.

João Gomes Cravinho, Ministro dos Negócios Estrangeiros, confirmou a decisão de António Vitorino.

“Hoje, durante a primeira volta, o resultado apontou para um apoio maior para a candidata americana e senhor António Vitorino tomou a decisão de retirar a sua candidatura. Pensamos que ele teria sido, de facto, o melhor candidato para os próximos cinco anos, mas respeitamos [a decisão], é a democracia a funcionar no sistema multilateral“, comentou o ministro.

Marcelo e Costa elogiam Vitorino

Quem já aproveitou para elogiar o trabalho de António Vitorino nos últimos cinco anos foi o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ainda António Costa, Primeiro-ministro português.

"Ao concluir o seu mandato como diretor-geral do organização internacional das migrações felicito o Dr. António Vitorino pela excelência do trabalho que fez ao longo destes anos, que se traduziu no significativo alargamento do apoio da OIM a dezenas de milhões de migrantes à volta do mundo", disse Marcelo, salientando que António Vitorino "pôs ao serviço daquela organização das Nações Unida as suas enormes capacidades pessoais e profissionais imprimindo uma nova dinâmica e alargando muito significativamente o âmbito da sua atuação".

Já António Costa considerou que Vitorino prestigiou Portugal e que com o português na liderança se prestou melhor serviço do que antes. “Em primeiro lugar, quero felicitar António Vitorino pela forma excelente como desempenhou as funções de diretor-geral da OIM, foi algo que prestigiou o país e, sobretudo, contribuiu para que a OIM tivesse prestado um melhor serviço do que em anos anteriores aos milhões de cidadãos refugiados ou migrantes”, declarou.