Em nota de imprensa enviada à agência Lusa e que anuncia a celebração da escritura da constituição da associação, a AVIPG diz que, “nas ações mais imediatas”, “pretende constituir-se como assistente no inquérito que investiga as causas e culpados do grande incêndio que assolou os sete concelhos do Pinhal Interior, causando 64 mortos e mais de 200 feridos e que pondera uma ação coletiva contra o Estado. E não vai parar por aqui”.
Na estratégia da Associação “estão ações que passam pela União Europeia e pelo Tribunal dos Direitos do Homem, por um anteprojeto de lei para vítimas em caso de catástrofes, ações sobre a resiliência das comunidades locais e um conjunto alargado de medidas de combate à inércia das instituições e formação das populações em matéria de incêndios florestais, entre outras ações”.
“Quase três meses após a tragédia de Pedrógão Grande, um conjunto de 47 familiares das vítimas, feridos e amigos das vítimas uniram-se para lutar contra o estado de coisas que conduziu à maior tragédia de vidas humanas em incêndios florestais em Portugal e na Europa”.
A associação quer reduzir ainda as burocracias e fala em “pressões e em dificuldades iniciais em obter a lista de vítimas mortais”.
“A Associação de Vítimas é uma realidade e está em plenitude de funções. Hoje, dia 08 de setembro de 2017, foi celebrado a escritura de constituição da AVIPG – Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande”, lê-se ainda na nota.
O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
O fogo, que atingiu também Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, do distrito de Leiria, chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.
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