O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje que o Governo colocou fim ao impasse acumulado ao longo de quase uma década no antigo Ramal da Lousã com o lançamento do concurso para a instalação de um sistema de ‘metrobus’.
No jantar do primeiro dia das jornadas parlamentares do BE, a eurodeputada bloquista, Marisa Matias, referiu-se ao anúncio "pela segunda ou terceira vez" - admitindo que já perdeu a conta - de "investimento para o Ramal da Lousã".
"O Governo do PS, e Pedro Marques [ministro do Planeamento e das Infraestruturas] em particular, criticaram a direita por não ter feito rigorosamente nada em quatro anos no que diz respeito ao Ramal da Lousã. Pedro Marques e o PS vão pelo menos caminho", criticou.
A eurodeputada do BE considerou que "não é a anunciar autocarros elétricos que se resolve o problema daquelas populações".
"É melhor do que o que existe? É. Mas nós não podemos dizer só porque é melhorzinho, nós queremos um investimento a sério. E o investimento a sério é na ferrovia", defendeu.
O que Pedro Marques e António Costa dizem "ao anunciar os autocarros elétricos ao fim de 20 anos" é que "as pessoas do Ramal da Lousã podem ficar, literalmente, na paragem do comboio à espera do autocarro".
"E nós não podemos aceitar isso e o que é preciso é investimento na ferrovia", insistiu.
Segundo Marisa Matias, o BE está disponível e pronto "para apresentar um plano económico que responda às reais necessidades das pessoas e do meio ambiente".
"A alternativa para este país e para a União Europeia virá, seguramente, da esquerda, não virá nem da social-democracia, nem da direita e, muito menos, virá da extrema-direita. Precisamos de uma esquerda reforçada", disse.
Em Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, António Costa presidiu esta manhã à cerimónia de lançamento da empreitada no canal do antigo ramal ferroviário entre Alto de São João (Coimbra) e Serpins (Lousã), que foi desativado em janeiro de 2010, no âmbito do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM).
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