Rodovias de, pelo menos, 11 estados e o Distrito Federal (DF) registaram bloqueios desde a madrugada, informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Vários pontos no estado do Mato Grosso, amplamente favorável ao presidente derrotado, foram bloqueados pela manhã "por pneus queimados e veículos", como camiões, carros e carrinhas, informou a Concessionária Rota do Oeste, responsável pela administração de uma rodovia deste estado.
Em Santa Catarina, onde Bolsonaro obteve amplo apoio, dezenas de manifestantes com t-shirts amarelas, bandeiras do Brasil e cartazes com o rosto do presidente bloqueavam uma rodovia com camiões e outros veículos. Cantando o hino nacional, os protestantes evitaram identificar-se e falar com a imprensa, constatou um fotógrafo da AFP.
Não ficou imediatamente claro se houve algum grupo a liderar o movimento, que também afetou a estrada que liga o Rio de Janeiro a São Paulo.
De acordo com o Ministério das Infraestruturas, a Polícia Rodoviária Federal interviu para desocupar as estradas e que ainda restavam 47 pontos com bloqueios.
Mais de 16 horas após o resultado oficial, Bolsonaro não se pronunciou ainda sobre a vitória de Lula, que, no entanto, foi reconhecida por vários aliados do governo, além de inúmeros chefes de Estado estrangeiros.
Depois de perder por uma margem estreita (50,9%-49,1%), o presidente refugiou-se na sua residência oficial no Palácio da Alvorada em Brasília e nesta segunda-feira partiu para o Palácio do Planalto sem prestar declarações, confirmou um fotógrafo da AFP.
No estado do Paraná, um grupo de manifestantes bloqueou outra rodovia, após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) desobstruir pelo menos outros oito pontos ao longo da manhã, informou a instituição.
Ainda que sem o apoio de sindicatos e federações do setor, vários camionistas autónomos protagonizaram protestos a favor do presidente nos últimos anos. O mais importante foi em 2021, quando Bolsonaro convocou manifestações pelo Dia da Independência e fez ataques à Justiça, num dos momentos de maior tensão institucional do seu mandato.
Cada mobilização deste setor reaviva o fantasma da greve dos camionistas, que paralisou o país por vários dias em 2018, em protesto contra a subida do preço dos combustíveis e outras reivindicações durante o governo de Michel Temer (2016-2018).
[Notícia atualizada às 18:28]
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