A revisão do Orçamento de 2018 da Câmara do Porto prevê “ajustamentos do lado da receita e despesa, o que dá um orçamento que acresce em 23,9 milhões de euros, explicou hoje, durante a reunião do executivo camarário, o diretor municipal Pedro Santos, recordando que o Orçamento inicial para 2018 era de “257, 4 milhões de euros”.

O orçamento após a primeira revisão é de “281,3 milhões”, ou seja, equivale a um aumento de 9,3%.

O vereador socialista Manuel Pizarro justificou o seu voto com o facto de não estar “claro” no documento da revisão do Orçamento de 2018 quais eram as políticas da Câmara Municipal do Porto para gastar os 23,9 milhões de euros, a verba que acresce ao Orçamento inicial.

Manuel Pizarro questionou ainda o “aumento de gastos” previstos em matéria de eficiência energética.

O vereador do PSD, Álvaro Almeida, que se absteve, criticou o aumento da despesa de 23 milhões de euros, classificando que foi um “aumento brutal de despesa face ao orçamento original”.

Segundo o vereador social-democrata, a despesa corrente tem mais de “15 milhões de euros do que em 2017”, o que significa “um aumento de 10%”.

Para Álvaro Almeida, o “aumento brutal” tem “tendência em ser permanente” e isso “é contribuir para “alimentar um monstro que já está mais elevado em 40% do que em 2013”, recordou, alertando que aumentar a despesa corrente poderá ter “sérios problemas financeiros”.

Álvaro Almeida fez notar ainda que havia diferenças de saldo nos documentos dos orçamentos, questionando um passivo de “seis milhões de euros”.

O vereador do PSD recordou que no relatório sobre a Prestação de Contas Consolidadas relativas ao ano económico de 2017 havia “111 milhões de euros disponíveis”.

Portanto, defendeu que se essa disponibilidade dos 111 milhões de euros existia, “não faz sentido fazer um empréstimo a médio e longo prazo” para pagar os seis milhões.

“É que se os 111 milhões não estão disponíveis [nos bancos] eu altero a minha votação”, referiu Álvaro Almeida.

A vereadora comunista, Ilda Figueiredo, criticou o facto de não ter recebido informação dos projetos previstos no Orçamento de revisão, e sugeriu que no futuro, para haver um “mínimo de participação e transparência”, se deveria ter acesso às informações sobre as alterações orçamentais.