“Foi convocada ontem [quarta-feira], ao fim da tarde, reunião da Comissão Política Nacional do CDS-PP, com caráter urgente, para o dia de hoje, quinta-feira, na sede nacional do partido, pelas 21:00, com um único ponto da ordem de trabalhos: análise da situação política do partido e do país”, divulgou a fonte, numa nota escrita.

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, tinha admitido que o congresso do partido pudesse ser adiado caso o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) fosse chumbado, como se verificou na quarta-feira.

“O CDS tem órgãos próprios que têm competências para avaliar a dinâmica do próprio calendário político, e se isso vier a acontecer é uma discussão que estará em aberto certamente no nosso partido”, afirmou a 14 de outubro Francisco Rodrigues dos Santos.

O 29.º Congresso do CDS-PP está agendado para os dias 27 e 28 de novembro.

O candidato à liderança do CDS e eurodeputado Nuno Melo escreveu hoje de manhã na rede social Facebook: “Quem queira evitar o voto dos militantes, num congresso que por vontade própria pediu, com medo afinal de o perder, depois da soberba de quem esmagaria outras alternativas, não terá qualquer legitimidade, nem respeito por si próprio, representando CDS em legislativas perante o país”.

“E quem queira apresentar-se nas urnas no final de janeiro ou início de fevereiro, num momento em que já terminou o mandato, perdeu qualquer noção do sentido da democracia que o CDS ajudou a fundar em Portugal”, concluiu.

A Assembleia da República ‘chumbou’ na quarta-feira, na generalidade, o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) com os votos contra do PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL, abrindo caminho a eleições legislativas antecipadas.

O PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não-inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

Antes da votação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha avisado que perante um chumbo do OE2022 iria iniciar “logo, logo, logo a seguir o processo” de dissolução do parlamento e de convocação de eleições legislativas antecipadas.

Horas depois, Marcelo reuniu-se com o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, no Palácio de Belém, em Lisboa.

As legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do parlamento e de ser marcadas nesse mesmo momento, de acordo com o artigo 113.º da Constituição da República Portuguesa.

Para dissolver a Assembleia da República, o Presidente tem de ouvir os partidos parlamentares, o que acontece no sábado, e o Conselho de Estado, que se reúne na quarta-feira.