“Isso é uma preocupação que nós sempre tivemos e estamos em constante diálogo com o próprio responsável do Centro Comum de Vistos [CCV, na Praia] sobre essa questão”, disse hoje à Lusa o assistente diocesano da juventude das dioceses de Cabo Verde, diácono José Manuel Vaz.

São no total 913 cabo-verdianos, incluindo religiosos, que partem entre 25 a 28 de julho para Lisboa, onde vão participar na JMJ, que acontece de 1 a 6 de agosto.

Segundo explicou o diácono José Manuel Vaz, que coordena este processo, a organização cabo-verdiana, da parte da igreja católica, está a fazer um trabalho de sensibilização para todos cumprirem a programação e regressarem a Cabo Verde, para evitar “consequências futuras”.

“Nós já falámos claramente com os peregrinos: aqueles que ficarem vão assumir as suas consequências, porque vão ser repatriados de qualquer forma. Os peregrinos estão cientes desta questão”, acrescentou.

A JMJ acontece numa altura de crescimento dos pedidos de visto para Portugal, geridos pela secção consular na Praia, devido ao novo acordo de mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Para facilitar o processo de emissão de vistos para os peregrinos, a tempo da participação na JMJ, as autoridades portuguesas disponibilizaram, desde abril, um serviço próprio de apoio.

Os peregrinos de Cabo Verde estão abrangidos por um regulamento de participação, com condições e consequências.

“Terão as suas consequências e o secretariado também lava as suas mãos nessa questão”, sublinhando que tem havido uma triagem de inscrições em que haja indícios de que o objetivo da viagem não passa pela JMJ.

A organização acredita que serão exceções num universo de participantes cabo-verdianos em que 15% têm entre 40 a 50 anos, sendo que só 2% têm mais de 50.

O programa inclui a pré-jornada, de 26 a 31 de julho, e o pós-evento, de 7 a 10 de agosto, nas dioceses de Leiria e Lisboa.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ.

O Papa, primeiro a inscrever-se na JMJ, chega a Lisboa no dia 02 de agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 5 para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso de um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.