Paulo Rangel, que falava aos jornalistas em Luanda após um encontro com o seu homólogo angolano, Téte António, acrescentou que este ano o aumento é já superior a 12%, sobre o valor em igual período do ano passado, o que significa que “está a haver uma capacidade de resposta”.
No que diz respeito aos vistos Schengen, continuou, “quase 85% dos vistos concedidos a cidadãos angolanos são dados pelo Estado português”, admitindo, no entanto, “alguns estrangulamentos” em alguns postos consulares, pelo que foi desenhado um plano para tentar reduzir estas dificuldades.
“Eliminar de um dia para o outro é impossível, mas pretende-se reduzir o seu impacto [dos estrangulamentos], tornando os direitos dos cidadãos, angolanos e portugueses, efetivos”, disse o chefe da diplomacia portuguesa, sublinhando que estão a ser tomadas medidas, como o envio de 45 peritos para postos consulares prioritários para resolver os picos de afluência, que será “rapidamente posto em marcha”.
Paulo Rangel adiantou que o encontro serviu ainda para passar em revista o estado das relações bilaterais e para preparar a visita do primeiro-ministro, Luis Montenegro, prevista para 23 a 25 de julho, e avaliar novos domínios de cooperação entre os dois Estados.
Foi também abordado o tema do acordo de mobilidade da CPLP para “dar aos cidadãos dos países o exercício do direito que está previsto nesse acordo”, que considerou “uma prioridade”.
O ministro foi novamente questionado sobre as reparações de Portugal a ex-colónias, afirmando que o que está em causa é criar uma boa relação e sarar as feridas da história, “que existem sempre”, promovendo a reconciliação e aproveitar os erros do passado de forma pedagógica.
Paulo Rangel elogiou também o papel de “grande mediador” do Presidente angolano, João Lourenço, nos conflitos dos Grandes Lagos, e não só.
“Há aqui uma vocação para a paz e para a estabilidade do Estado de Angola, que é reconhecido internacionalmente e que Portugal segue com interesse”, declarou.
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