O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) é novamente suspeito de encobrir um padre responsável por um seminário em Coimbra suspeito de abusos sexuais a menores seminaristas.
De acordo com a reportagem da TVI que foi para o ar, esta segunda-feira, D. José Ornelas terá encoberto o padre Abel Maia, quando este era responsável pelo antigo seminário dos Dehonianos dos Montes Claros, em Coimbra, de alegados abusos sexuais a menores.
Os actos alegadamente perpetrados pelo padre terão acontecido no Instituto Missionário do Sagrado Coração e encobertos por D. José Ornelas quando exerceu funções na Província Portuguesa dos Dehonianos, em Coimbra.
Em comunicado de esclarecimento enviado esta noite, a CEP afirma que “enquanto exerceu funções na Província Portuguesa dos Dehonianos, o senhor D. José Ornelas não teve conhecimento de qualquer situação de abusos sexuais de menores no Instituto Missionário do Sagrado Coração em Coimbra”.
Segundo consta no comunicado, D. José Ornelas terá sido convidado pela TVI para uma entrevista, contudo por motivos de “agenda” não demonstrou “disponibilidade”.
Sobre a reportagem emitida pela TVI, a CEP declara que se trata de uma “grave e falsa acusação”, e acrescenta nas alíneas seguintes que “no caso de ter havido quaisquer das anomalias referidas na reportagem, tal terá acontecido entre 1992 e 1996, período em que o padre Abel Maia esteve em Coimbra".
Além de "não ter conhecimento de qualquer abuso", diz o comunicado que "D. José Ornelas não pode ter estado presente em Coimbra, porque se encontrava a preparar o seu doutoramento em Roma (1992) e na Alemanha (entre 1993 e 1997)”, assegura a CEP, tendo o bispo José Ornelas, vindo a “exercer funções como Superior Provincial da Congregação em Portugal entre 2000 e 2003”.
De acordo com a TVI, "trata-se do terceiro caso de encobrimento ligado ao bispo José Ornelas, mas é o único que nunca foi entregue à justiça nem à comissão independente".
Um desses casos, poderá envolver o mesmo padre, Abel Maia, mas numa Congregação de Braga, onde uma nova denúncia levou, em outubro de 2022, à reabertura do processo pelo Ministério Público. Em causa está a suspeita de José Ornelas ter sabido e ocultado alegados abusos sexuais cometidos pelo padre de Fafe, que pertenceu à Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus até Junho de 2014 e que foi afastado da Arquidiocese de Braga por decisão do Papa Francisco.
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