O novo texto, preparado por Malta, desta vez tem mais hipóteses de ser aprovado numa reunião marcada para as 15h00 (hora local, 20h00 em Portugal continental), uma vez que os 15 membros do Conselho esperaram para ter a certeza de que o texto não enfrentaria uma nova rejeição, segundo fontes diplomáticas.
Depois do ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro e do bombardeamento de Gaza em retaliação do exército israelita, o Conselho de Segurança tentou em vão, por quatro vezes, chegar a um consenso sobre o assunto.
Expondo as suas divisões de longa data sobre a questão israelo-palestiniana, o órgão da ONU – cujas decisões têm caráter vinculativo – rejeitou numa rápida sucessão quatro projetos de resolução, em votações marcadas em particular por vetos russos de um lado, e norte-americanos do outro, sobre textos concorrentes.
Confrontada com a incapacidade de agir do Conselho, a Assembleia Geral da ONU decidiu posicionar-se sobre a situação em Gaza, adotando em 27 de outubro, por uma ampla maioria, um texto não vinculativo apelando a uma “trégua humanitária imediata”.
Os Estados Unidos e Israel votaram contra esta resolução que não mencionava o Hamas.
O Conselho de Segurança, sob o impulso dos dez Estados-membros não permanentes, lançou paralelamente novas negociações que ficaram travadas em questões ligadas à linguagem sobre como pedir a interrupção da guerra: “cessar-fogo humanitário”, “tréguas” ou “pausas”.
Os Estados Unidos opuseram-se particularmente a qualquer referência a um cessar-fogo, segundo fontes diplomáticas.
“Sei que estamos todos dececionados com a inação do Conselho nos últimos 40 dias”, comentou o embaixador chinês, Zhang Jun.
O novo texto que será submetido hoje a votação, e ao qual a Agência France-Presse (AFP) teve acesso, “apela a pausas e corredores humanitários extensos e urgentes durante um número suficiente de dias” para permitir a entrega de ajuda humanitária aos civis em Gaza.
O projeto de resolução, que enfatiza a situação das crianças em quase todos os parágrafos, “exige que todas as partes respeitem as suas obrigações ao abrigo do direito internacional, especialmente no que diz respeito à proteção dos civis, em particular das crianças”.
Também “apela” à “libertação imediata e incondicional de todos os reféns detidos pelo Hamas e outros grupos, especialmente crianças”.
“Os membros do Conselho estão unidos no facto de quererem ter voz” garantiu hoje a embaixadora de Malta, Vanessa Frazier, que reconheceu “nuances” entre as posições dos 15 membros mas salientou, no entanto, que todos têm “o desejo de salvar vidas e dar um descanso” à população.
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