“Tive ontem a oportunidade de felicitar pessoalmente o doutor Rui Rio, que vai ter pela frente uma tarefa muito difícil de procurar unir um partido que ficou dividido praticamente ao meio e de afirmar uma solução credível num contexto em que os principais quadros do partido se opuseram aquilo que ele defende”, afirmou.
António Costa falava aos jornalistas à chegada ao Teatro Nacional D.Maria II, em Lisboa, após ter sido questionado sobre a reeleição de Rui Rio como líder do PSD, com 52,43% dos votos, no sábado à noite.
“A partir de ontem os portugueses têm uma escolha muito clara para fazer: ou um governo liderado por mim, com um PS renovado e reforçado, ou têm uma alternativa que o doutor Rui Rio tentará compor, unindo o seu partido, unindo o seu partido com todos os outros partidos à direita, e essa é uma escolha clara”, considerou.
O primeiro-ministro afirmou que, “para a vitalidade da democracia, é muito bom que existam estas escolhas muito claras”, apontando que cabe aos portugueses decidirem, nas eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro, “quem querem para liderar o país nos próximos anos”.
Questionado se, com a vitória de Rui Rio, pode estar mais próxima a possibilidade de um “bloco central”, o primeiro-ministro respondeu que “isso são cenários que não se colocam”.
“O doutor Rui Rio rejeita essa hipótese, não creio que seja uma hipótese saudável. Aquilo que é importante é que os portugueses decidam como é que querem que haja a governação”, frisou António Costa.
O primeiro-ministro ressalvou que “uma coisa é a consideração e a estima pessoal” que tem por Rui Rio, além da “simpatia”, e “outra coisa claramente distinta são as opções políticas que cada um personaliza”.
“Como se diz, trabalho é trabalho, conhaque é conhaque. E portanto, quanto ao trabalho, cada um faz a sua parte e os portugueses decidem”, salientou.
Questionado se, à semelhança do presidente do PSD, também está “picado” para vencer as eleições legislativas, Costa respondeu: “Picado? O que me dá energia não são as disputas pessoais”.
“Quando ouço picado, aquilo em que verdadeiramente penso é como é que vamos conseguir superar o recorde que ainda ontem estabelecemos de 90 mil doses de vacinas que foram administradas, como é que vamos fazer para acelerar este esforço de vacinação para proteger o mais rapidamente possível o maior número possível de portugueses. Isso é que o me dá energia e isso é que me entusiasma, é resolver problemas, essa é a minha missão, não são disputas pessoais”, vincou.
E concluiu que a disputa interna do PSD é um assunto desse partido, salientando que a sua "missão" enquanto chefe do Governo "é estar 100% focado naquilo que é prioritário, unir os portugueses no controlo da pandemia, mobilizar o país" para sair desta crise "mais forte" e também "mais próspero, mais solidário, um país onde todos tenham oportunidade de se poderem realizar, e isso é que é importante".
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