Hugo Alves, empresário de 40 anos, confirmou a viagem num avião da TAP que realizou um voo entre Maputo e Lisboa, depois enfrentar uma teia de restrições impostas pela pandemia da doença respiratória covid-19.

O espaço onde permaneceu confinado durante quatro dias no aeroporto de Maputo foi descrito pelo próprio como "uma cela" sem condições de salubridade, queixando-se de estar preso devido a uma situação pela qual não teve culpa.

Segundo o próprio, as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) já terão acordado reembolsar-lhe o voo para Portugal.

João Jorge, diretor-geral da LAM, disse à Lusa que o impasse que se vivia com a retenção de Hugo Alves foi resolvido, remetendo detalhes sobre qualquer eventual compensação para o desenrolar do processo acerca da situação, que considera ter sido "muito particular".

Frederico Silva, cônsul-geral de Portugal em Maputo, considerou haver "responsabilidade partilhada entre um cidadão e a companhia", disse à Lusa no sábado, assegurando o acompanhamento do caso e alertando para as restrições à circulação existentes a nível global.

A suspensão de vistos de entrada em Moçambique por 30 dias foi anunciada no dia 20 de março pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, e está em vigor desde dia 23 como medida de prevenção da covid-19.

Ainda assim, Hugo Alves foi autorizado a embarcar em Joanesburgo, África do Sul, num voo das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) para Maputo na quinta-feira, dia 26.

Foi retido à chegada à Maputo, sem que a companhia pudesse ativar o procedimento habitual que seria devolver o passageiro à origem, porque na mesma altura entrou em vigor o recolher obrigatório na África do Sul e levando à sua retenção no aeroporto.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil e pelo menos 148.500 são consideradas curadas.