Numa nota conjunta divulgada esta segunda-feira, a autarquia da Invicta anuncia que vai montar um ponte de rastreio de Covid-19 no Queimódromo, na zona ocidental da cidade, "com o objetivo testar doentes fora de meio hospitalar, em condições de conforto e segurança coletiva e aliviar o afluxo de potencias suspeitos portadores aos hospitais".

O projeto da câmara, da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) e da Unilabs foi preparado "nas últimas 72 horas", e dará origem, a partir de quarta-feira ao primeiro centro de rastreio para Covid-19 em modelo “Drive Thru” montado em Portugal.

Este modelo, explicam os promotores, vai permitir aos "pacientes suspeitos de infeção e previamente referenciados pelo Serviçoi Nacional de Saúde, poder deslocar-se até ao ponto de recolha  (...) sem entrar em contacto com outras pessoas, reduzindo o risco de infeção em cada colheita até para os profissionais envolvidos. Os resultados serão depois enviados diretamente ao suspeito e às autoridades de saúde pública", explicam.

"O Centro de Rastreio CoVid-19 do Porto apenas funcionará por marcação prévia junto das autoridades de saúde. Pede-se a todos os cidadãos para se deslocarem ao local apenas se tiverem marcação para aquele local e apenas à hora que lhes for comunicada, por forma a não criar constrangimentos de tráfego ou aglomerados que podem por em causa o seu normal funcionamento e o atendimento atempado dos suspeitos ou doentes", sublinha o comunicado.

Os promotores afirmam que o "rastreio segue as recomendações e especificações para testes ao CoVid-19, sendo coordenado pela ARS-Norte". Será possível fazer "cerca de 400 testes diários numa primeira fase, podendo evoluir para perto de 700 testes por dia", explicam.

As entradas e saídas  serão controladas pela polícia e o centro "estará dotado com médicos de Medicina Geral e Familiar que aplicarão um inquérito epidemiológico e sintomático (RedCap) que avalia a necessidade de teste ou de outra orientação."

"Só se deverão deslocar ao local pessoas previamente referenciadas, já que o sistema não permitirá a execução de testes ad hoc."

Citado pelo comunicado, enviado pelo gabinete de comunicação da autarquia, o presidente da câmara do Porto explica que “esta medida insere-se num conjunto de iniciativas que o Porto tem vindo a tomar que visam apoiar o esforço nacional de combate à pandemia, numa lógica de proteção e mitigação da doença. Este modelo, pioneiro em Portugal, pode ser replicado noutras cidades do país e ajudar a salvar vidas e, simultaneamente, a melhorar as condições de atendimento dos profissionais de saúde em contexto hospitalar”.

Para Carlos Nunes, o presidente do conselho de administração da ARS Norte,  a entidade “com esta iniciativa ajuda os hospitais a receberem apenas quem de facto precisa de ser apoiado medicamente, protegendo os pacientes, as unidades hospitalares e os médicos de serviços adicionais que podem ser prestado em regime de ambulatório.”

“A Unilabs Portugal espera dar o seu contributo à região e ao país com o apoio à implementação deste centro de rastreio. Todos os esforços da nossa empresa e dos nossos profissionais estão focados neste momento em apoiar o SNS nesta luta, em coordenação com as autoridades de saúde locais e nacionais”, afirma Luis Menezes, CEO da Unilabs Portugal

Rui Moreira tem liderado várias iniciativas no Porto para combater a Covid-19. Este sábado, o autarca pediu ao primeiro-ministro, António Costa, que decretasse o “estado de emergência nacional” para dar mais poder às autoridades na adoção de medidas para travar a pandemia.

No domingo à noite, António Costa lembrou o estado de emergência só pode ser espoletado pelo presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa convocou já o conselho de Estado para a próxima quarta-feira.

O autarca tem também desenvolvido esforços para importar ventiladores da China.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ronda as 164 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.

O epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) deslocou-se da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou no domingo 368 novas mortes e que regista 1.809 vítimas fatais.

O número de infetados em Itália, onde foi decretada quarentena em todas as regiões, é de quase 25 mil, praticamente metade dos cerca de 52 mil casos confirmados na Europa, que regista mais de 2.291 mortos.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou no domingo o número de casos de infeção confirmados para 245, mais 76 do que os registados no sábado.

Entre os casos identificados, 149 estão internados, dos quais 18 em unidades de cuidados intensivos, e há duas pessoas recuperadas.

Lisboa e Vale do Tejo é agora a região que regista o maior número de casos confirmados (116), seguida da região Norte (103) e das regiões Centro e do Algarve (10). Há um caso nos Açores e cinco no estrangeiro.

O boletim epidemiológico assinala também que, desde o início da epidemia, a DGS registou 2.271 casos suspeitos e mantém 4.592 contactos em vigilância, menos do que no sábado (5.011).

*Com Lusa