Em plena fase de confinamento devido à covid-19, foi criado a partir do CHTMAD, com sede social em Vila Real, o projeto “Medicamento COnVIDa em Casa” para dar resposta às dificuldades impostas pela pandemia, o qual se pretende, agora, expandir e transformar no “Medicamento em Casa”.
“O projeto consistiu em desenvolver um processo de entrega do medicamentos no domicílio dos doentes”, afirmou hoje à agência Lusa Hugo Moreiras, administrador do CHTMAD com a área da farmácia.
Em causa estão os medicamentos de dispensa exclusiva hospitalar, ou seja, os medicamentos que os doentes têm de ir levantar periodicamente na farmácia hospitalar.
Hugo Moreiras explicou que alguns utentes “manifestaram receio” em ir ao hospital devido à pandemia e elencou que o projeto, para além de evitar deslocações, salvaguarda “também a saúde dos profissionais”.
Assim, para dar resposta ao novo desafio chamado covid-19, foi criado o projeto que consiste em que sejam as autarquias ou as corporações de bombeiros a levantar os medicamentos e entregá-los aos doentes.
O primeiro protocolo foi assinado com a Câmara do Peso da Régua a 06 de abril, seguindo-se as restantes autarquias com unidades hospitalares do CHTMAD: Chaves, Lamego e Vila Real.
“Tivemos mais de 80 doentes a quem foram entregues os medicamentos por parte dos municípios e 223 doentes que foram entregues pela corporação de bombeiros”, salientou Hugo Moreiras.
O responsável acrescentou que, até ao momento “50% dos doentes” aderiram e beneficiaram com o projeto e que o objetivo é “atingir os 70%”
Anualmente, referiu, são cerca de “9.000 os doentes que levantam medicamentos” naquela unidade hospitalar.
A responsável pela farmácia, Almerinda Alves, explicou que o processo começa com o contacto do doente, salientou que o circuito dos medicamentos é devidamente monitorizado e realçou a celeridade com que pode ser entregue, no próprio dia ou no dia a seguir.
Almerinda Alves elencou as vantagens que passam pela “comodidade” e pela redução de deslocações e de custos com o transporte para os doentes, que em alguns casos tinham de recorrer a familiares, obrigando-os a perder dias de trabalho.
“O que está em causa é melhorar a qualidade do serviço aos nossos munícipes”, afirmou à Lusa presidente da Câmara da Régua, José Manuel Gonçalves.
O autarca disse que o projeto surgiu da necessidade de dar resposta às necessidades de um “conjunto de utentes do CHTMAD que necessitavam de receber medicação” e referiu que esta passou a ser mais uma medida da autarquia na dinâmica de apoio por causa da covid-19.
José Manuel Gonçalves defendeu uma articulação “cada vez maior” entre “todos os agentes institucionais que trabalham no terreno”, com “o mesmo objetivo de proporcionar mais e melhores serviços à população”.
Atualmente, segundo Hugo Moreiras, a rede abrange “13 municípios” e o objetivo é que se expanda a outros concelhos da área de influência do centro hospitalar.
“Não obstante as medidas de confinamento já terem sido reduzidas, nós vamos manter o projeto”, frisou o administrador hospitalar.
O responsável acrescentou que a “pandemia criou esta oportunidade porque implicou “uma mudança, uma reorganização dos serviços farmacêuticos e melhorias para todos, para os doentes, covid e não covid, que puderam receber os medicamentos em casa”.
Hugo Moreiras destacou a importância do projeto para o distrito de Vila Real que “possui uma população muito envelhecida, apontando que “mais de um terço tem mais de 65 anos” e que “muitos idosos vivem sozinhos e ou isolados”.
Portugal contabiliza pelo menos 1.719 mortos associados à covid-19 em 50.299 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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