“As eleições regionais ficam estabelecidas para finais do primeiro semestre de 2017″, disse a presidente do CNE, Tibisay Lucena, durante uma conferência de imprensa em Caracas.
O anúncio tem lugar numa altura em que a oposição venezuelana reclama que sejam convocadas as eleições para governadores, realizadas pela última vez em dezembro de 2012, para um mandato de quatro anos de duração.
Para o final do segundo semestre de 2017 ficaram marcadas as eleições para as câmaras municipais.
A oposição já reagiu aos anúncios e acusou o CNE de adiar as eleições devido à baixa popularidade do Presidente Nicolás Maduro, agravada pela crise política e socioeconómica que afeta o país, onde são cada vez mais frequentes as queixas da população sobre a insegurança e dificuldades para conseguirem obter bens essenciais.
No passado dia 4, o próprio Presidente venezuelano sublinhou que a realização de eleições não é uma prioridade nacional.
“A prioridade, na Venezuela, não é fazer eleições, a prioridade é a economia, recuperar a produção”, disse, durante um ato transmitido pela televisão estatal.
A oposição venezuelana, que quer realizar, ainda este ano, um referendo revogatório do mandato do Presidente, tem acusado o CNE de atrasar propositadamente a calendarização das diferentes etapas do processo para protelar a saída de Nicolás Maduro do poder.
Se o referendo se realizar até 10 de janeiro de 2017 deverão ser convocadas novas eleições presidenciais, segundo a legislação venezuelana.
Se o referendo ocorrer depois dessa data, o vice-presidente da Venezuela em funções, atualmente Aristóbulo Isturiz, assumirá os destinos do país até 2019, quando termina o atual mandato presidencial.
No final do mês passado, o CNE afastou a possibilidade de o referendo se realizar antes de meados do primeiro trimestre do próximo ano
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