No relatório e contas da instituição, relativo ao ano de 2019, lê-se que os 602 voluntários, distribuídos por quatro equipas e que fizeram quatro itinerários diferentes pela cidade de Lisboa e no bairro 6 de Maio, na Amadora, estiveram a distribuir refeições em 100 locais diferentes.
“Em 2019, a Comunidade acompanhou, diariamente, uma média de 420 pessoas, a quem forneceu 138 mil ceias, tendo registado uma ligeira diminuição em relação ao ano anterior, onde foram apoiadas, diariamente, 430 pessoas e distribuídas 140 mil ceias”, refere o documento.
Concretamente na cidade de Lisboa, através do Programa Municipal para as pessoas em situação de sem-abrigo, a equipa técnica esteve sobretudo no centro da cidade, principalmente nas freguesias de Arroios e Santo António, onde identificou 128 e 43 casos, respetivamente.
“Foram acompanhadas um total de 239 pessoas e destas 60 foram encaminhadas para diferentes entidades como Centros de Alojamento, Hospitais e Comunidades Terapêuticas”, diz a Comunidade Vida e Paz, segundo a qual em 128 dos casos as pessoas tinham nacionalidade estrangeira.
Entre estas pessoas havia sobretudo problemas do foro mental (58 casos), mas também questões legais, familiares e financeiras (54), além de problemas de adições (39 toxicodependentes e 27 alcoólicos).
A média de idades situou-se entre os 50 e os 55 anos, havendo 203 homens e 36 mulheres.
Já a equipa técnica da Amadora acompanhou 58 pessoas, entre 44 homens e 14 mulheres, enquanto a equipa técnica da Loures apoiou 73 sem-abrigo, dos quais 12 mulheres e 61 homens.
O apoio às famílias carenciadas, que “prevê a satisfação das suas necessidades básicas”, chegou a 26 agregados familiares, o que correspondeu a 111 pessoas, das quais 73 adultos e 33 crianças, o mesmo número que em 2018.
A estas pessoas foram dadas refeições e bens alimentares, além de vestuário, mobiliário e eletrodomésticos.
“Relativamente às características das famílias acompanhadas observamos que 50% eram famílias monoparentais e 25% famílias alargadas, com três gerações a viver na mesma habitação, com baixos rendimentos e com situação de desemprego”, lê-se no relatório.
Através do relatório e contas é possível ficar a saber que a Comunidade Vida e Paz investiu perto de 204 mil euros em 2019, sendo que 78% foi financiado através de apoios e candidaturas e os restantes 22% por via de autofinanciamento, e que esse valor significa uma taxa de execução de 42% em relação aos cerca de 482 mil euros do total de investimentos desse ano.
Ao contrário do que aconteceu nos dois últimos anos, a Comunidade Vida e Paz conseguiu em 2019 obter resultados líquidos positivos de mais de 12.300 euros.
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