O chefe de Estado, Béji Caïd Essebsi, “decidiu prolongar o estado de emergência por um mês, a partir de 7 de dezembro até 5 de janeiro, após concertações com o chefe do Governo e o presidente da Assembleia dos Representantes do Povo”, indicou a Presidência num breve comunicado.
Esta decisão surge num clima político tenso devido à aproximação das eleições legislativas e presidenciais marcadas para 2019, e cinco semanas após um atentado suicida que visou uma patrulha da polícia no centro de Tunes, fazendo 26 feridos.
O estado de emergência dá às forças da ordem poderes excecionais, permitindo-lhes, por exemplo, proibir greves e reuniões “destinadas a provocar a desordem” ou ainda a adoção de medidas “para garantir o controlo da imprensa”.
“O prolongamento do estado de emergência terá impacto nas liberdades e no clima democrático na Tunísia”, considerou o politólogo Slahedinne Jourchi, para quem esta medida é “uma exceção que corre o risco de se tornar uma regra”.
O estado de emergência foi reinstaurado a 24 de novembro de 2015, na noite do atentado perpetrado em plena Tunes contra um autocarro da segurança presidencial que matou 12 agentes e foi reivindicado pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI).
O ano de 2015 ficou também marcado por outros dois atentados sangrentos do EI contra turistas no museu do Bardo, na capital, e numa turística de Sousse, no leste do país, que fizeram um total de 60 mortos (59 turistas e um polícia).
A atual instabilidade política na Tunísia preocupa muitos observadores, porque o país continua fragilizado, apesar de uma retoma do crescimento, por um nível de desemprego e de inflação que exacerbam as tensões sociais, quase oito anos após a revolução.
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