Algumas investigações internacionais foram abertas a partir das denúncias de bombardeios indiscriminados, violações, tortura, execução sumária e deportação de crianças, mas Moscovo rejeita todas as acusações.

A deportação de crianças fez o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitir uma ordem de prisão contra o presidente russo Vladimir Putin.

As forças ucranianas também foram acusadas de execuções sumárias de prisioneiros russos.

Estes são os principais crimes analisados:

Bucha

Vinte corpos de homens vestidos de civil foram encontrados a 2 de abril de 2022 na rua Yablonska, em Bucha. Estes foram os primeiros indícios das atrocidades feitas em março durante a ocupação dos subúrbios do noroeste de Kiev, como Irpin, Borodianka e Bucha.

A Ucrânia estima que cerca de 400 corpos de civis foram encontrados em Bucha e mais de 1.000 na região, muitos deles em valas comuns cavadas pelos habitantes, já que os cemitérios estavam inacessíveis devido à intensidade dos combates.

Teatro de Mariupol 

Diversos civis refugiados no teatro de Mariupol morreram a 16 de março de 2022, num bombardeio durante um cerco nesta grande cidade na costa do mar de Azov.

A autarquia falou, na altura, em 300 mortos. Em junho, a ONG Amnistia Internacional reviu esta relação para baixo, e avaliou que "pelo menos uma dúzia de pessoas morreram no ataque e certamente muitas mais".

Vala comum em Izium

A Ucrânia anunciou em setembro de 2022 que tinha desenterrado 447 corpos de uma vala comum em Izium, cidade retomada dos russos no nordeste do país.

Entre os corpos, 30 possuíam "marcas de tortura".

Bombardeio contra civis

As forças russas também são acusadas de ter bombardeado civis em várias localidades, como a 8 de abril de 2022, quando um ataque de mísseis contra a estação na cidade ucraniana de Kramatorsk matou aproximadamente 60 pessoas que tentavam fugir da área.

A Amnistia Internacional avaliou em junho de 2022 que centenas de civis teriam morrido nos vários ataques sobre Kharkiv , muitos vítimas de bombas de fragmentação.

Segundo a ONG, as forças russas utilizaram bombas e minas de fragmentação, proibidas pelos tratados internacionais, em sete ataques contra esta cidade.

Um ataque a 14 de janeiro de 2023 a um edifício residencial em Dnipro matou outras 46 pessoas.

"Deportações" de crianças 

O TPI anunciou a 17 de março de 2023 uma ordem de prisão contra o presidente russo Vladimir Putin, "alegado responsável do crime de guerra" da "deportação" de crianças da Ucrânia para a Rússia.

Mais de 16.000 crianças teriam sido transportadas para Rússia ou para zona ucraniana sob controlo russo, segundo Kiev, desde o começo do conflito.

Ataques às infraestruturas civis

O jornal The New York Times afirmou a 13 de março que o TPI também queria denunciar os russos por ataques deliberados contra as infraestruturas civis, como centrais elétricas e hidráulicas.

Os investigadores da ONU consideraram, por sua vez, que "as ondas de ataques feitas pelas forças armadas russas a partir de 10 de outubro de 2022 contra as infraestruturas energéticas da Ucrânia e o uso da tortura pelas autoridades russas poderiam constituir crimes contra a humanidade".

Violações

As violações e as agressões sexuais atribuídas às forças russas constituem claramente uma "estratégia militar" e "uma tática deliberada para desumanizar as vítimas", apontou em dezembro de 2022 a representante especial da ONU, Pramila Patten, quando denunciou "casos horríveis e violência muito brutal".

Execuções sumárias 

A ONU acusou a 24 de março de 2023 ambas as forças, russas e ucranianas, de terem executado sumariamente os seus prisioneiros de guerra.

A organização denunciou os maus-tratos sofridos pelos prisioneiros de guerra ucranianos - tortura, negação de atendimento médico, violência sexual -, assim como ameaças de morte, agressão sexual e simulações de execução de prisioneiros russos.

*Por Pascale Juilliard /AFP

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