Já ganhou o nome de "estrada de ossos", a estrada gelada na Sibéria onde foram encontradas partes de esqueletos, incluindo um crânio humano.

As ossadas podem ter mais de um século e foram enterrados em areia, que foi espalhada pela estrada para que a tração no pavimento coberto de neve e gelo aumentasse, escreve o The Guardian.

Até agora, foi possível descobrir que os ossos pertencem pelo menos a três pessoas, segundo reportou um oficial da cidade de Kirensk a um canal de televisão estatal russo, que acrescentou que as ossadas podem datar da guerra civil de 1917-22.

A obra em curso foi interrompida e os ossos foram recolhidos, noticiaram os média russos. Foi também aberto um inquérito para perceber como o crânio e os outros ossos apareceram na estrada perto da região de Irkutsk, no sudeste da Rússia.

Foi nas redes sociais que apareceram as primeiras fotografias dos ossos na estrada gelada. Nessas publicações, os habitantes daquela zona discutiam sobre se os ossos vinham de um cemitério local ou de uma ravina que podia ter sido usada como vala comum.

“Areia com crânios e ossos foi espalhada nas estradas de Kirensk”, escreveu no Facebook Nikolay Trufanov, um político local do partido no poder na Rússia. "De acordo com informação preliminar, trabalhadores usaram areia de um cemitério nas redondezas. Não consigo descrever o quão monstruoso isto é", disse, acrescentando que os responsáveis vão ser castigados.

O The Guardian ressalva que, ocasionalmente, restos mortais humanos são desenterrados durante trabalhos de construção na Rússia, maioritariamente de locais onde teve lugar a Segunda Guerra Mundial no oeste do país. Os corpos de pelo menos dez pessoas, que podiam ser do Exército Vermelho, foram descobertos em 2014, durante a construção de uma autoestrada em Kursk. Já em 2018, trabalhadores da construção civil na Letónia, vizinha da Rússia, encontraram cerca de 150 corpos.

Esta recente descoberta assemelha-se à famosa autoestrada Kolyma, de cerca de 2000 quilómetros, de Yakutsk até Magadan, no este da Rússia, que foi construída sob orientação de Estaline e com o trabalho de prisioneiros gulags. A autoestrada tem a alcunha de "estrada de ossos" já que se estima que 250 mil vidas se tenham perdido durante a construção da mesma.