“Na corrida pelo oportunismo político mais lamentável, Rangel ganhou de longe”, disse o cabeça de lista do PS num comício em Faro, frisando que “a campanha eleitoral foi longe demais”, depois de a direita, através do “duo Melo [CDS]– Rangel [PSD]”, ter introduzido o tema dos incêndios na campanha.

“Ele [Rangel] escolheu sobrevoar a dor das pessoas e do território. Desiludiu os que lá esperavam, mesmo com dois anos de atraso, uma palavra, um gesto, um momento para ouvir e compreender”, lamentou Pedro Marques.

O cabeça de lista do PSD às europeias, Paulo Rangel, sobrevoou hoje, de helicóptero, durante cerca de uma hora, territórios afetados pelos grandes incêndios de 2017, como Pedrógão Grande, Pampilhosa da Serra ou Lousã.

O presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra considerou "uma afronta" à população o voo de Paulo Rangel pelas zonas ardidas em 2017, criticando o facto de o candidato do PSD às europeias não ter posto “os pés” no território.

Segundo Pedro Marques, existe “uma grande diferença entre quem enfrenta a dor” e os que “fazem política de longe e depressa para o espetáculo mediático”.

“Uns metem as mãos na massa, sujam as mãos. Outros sobrevoam as dificuldades, espreitando cada oportunidade de arrebanhar uns votos que parecem fáceis”, salientou, acrescentando que lhe dá vontade "de gritar contra políticos superficiais que não conhecem o país e já só conhecem os corredores de Bruxelas".

Luís Graça, presidente do PS/Algarve, fez a primeira intervenção da noite e apontou o ‘Brexit’ como um grande desafio para o Algarve, região na qual 16,4% da população não é portuguesa, e onde nove dos seus 16 concelhos em Portugal concentram grande parte da população estrangeira em Portugal.

O socialista José Apolinário, atual secretário de Estado das Pescas, também discursou, dizendo que votar no PS nas próximas eleições europeias “é votar numa agenda de desenvolvimento social, centrada no desenvolvimento sustentável” e com a aposta numa agenda de inovação e conhecimento.

“Provámos que é possível fazer outro caminho. António Costa provou que é possível no contexto da Europa ter uma governação diferente”, referiu ainda o antigo presidente da Câmara Municipal de Faro.