À margem da conferência do grupo Socialistas e Democratas do Parlamento Europeu (PE), da Progressive Society e da Fundação Res Pública, em Lisboa, Pedro Marques acusou o ‘número um’ do PSD às europeias de ainda não ter respondido às questões que lançou no final de março, depois de o social-democrata ter atribuído, no sábado, as suas críticas ao nervosismo.
“O deputado Paulo Rangel tem de parar de se vitimizar e tem de responder às questões concretas que foram colocadas. Eu perguntei porque é que Paulo Rangel faltou tanto ao trabalho ao Parlamento Europeu e porque é que produziu tão pouco trabalho concreto: faltou a uma em cada cinco votações no PE neste mandato e fez um relatório legislativo em todo o tempo deste mandato”, acusou Pedro Marques, em declarações à Lusa.
De acordo com o candidato e ex-ministro socialista, Rangel “é um dos mais faltosos no Parlamento Europeu, ocupando o lugar 641 de 751” eurodeputados nesse critério.
“Tem de explicar porque é que trabalhou tão pouco, porque é que faltou tanto e porque é que, ao mesmo tempo, trabalhou tanto no setor privado”, desafiou, considerando que se o PSD recandidata pela terceira vez Paulo Rangel este “tem obrigação de prestar contas aos portugueses pelo trabalho que efetuou ou, neste caso, não efetuou”.
Em 29 de março, num jantar com militantes em Aveiro, Pedro Marques já tinha acusado o candidato do PSD de ser “um dos piores em trabalho” no Parlamento Europeu: “Paulo Rangel também não fez trabalho no PE. O que se conhece do seu trabalho no PE é um relatório legislativo e um relatório não legislativo. Isso significa que dos mais de 751 deputados no PE, Paulo Rangel está no brilhante lugar 597 em trabalho no PE”.
No sábado, à entrada para as jornadas autárquicas do PSD/Porto, Paulo Rangel respondeu que o PS está “muito nervoso” e que “passou para o ataque pessoal”.
“Falam de um ‘ranking’ em que eu teria pouco trabalho e eu estou à frente de todos os deputados socialistas que são candidatos na avaliação global”, sustentou Rangel, afirmando que, se forem analisados todos os critérios do relatório em vez de "apenas seis", surge “em sexto lugar” entre os deputados portugueses, “à frente de todos os candidatos socialistas que estão na lista do PS”.
Por outro lado, o candidato do PSD às eleições de 26 de maio salientou que “o trabalho político de um vice-presidente de grupo parlamentar não é o trabalho legislativo do dia-a-dia”: “Eu coordeno 220 deputados de um grupo parlamentar em tudo o que é a formulação de políticas, portanto, isto é um trabalho fortíssimo”, sustentou.
“Não vale a pena estar a falar de avaliações qualitativas de trabalho e dos cargos que ocupa no seu partido”, contrapôs hoje Pedro Marques.
Para o candidato socialista, Rangel “tem de falar do trabalho concreto como deputado ao Parlamento Europeu, que é isso que os portugueses esperam de cada deputado: trabalho concreto, relatórios legislativos e, já agora, presença nas votações”.
“Alguém que faltou tanto e produziu tão pouco trabalho legislativo tem uma explicação a dar aos portugueses”, afirmou, insistindo que foram essas as perguntas que colocou ao cabeça de lista do PSD e às quais considera que Rangel ainda não respondeu.
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