Anacleto Oliveira, bispo de Viana do Castelo, considera mesmo que o respeito pelas normas que obrigam a ficar em casa é “intocável”.
“Uma coisa deve ser intocável para nós: o respeito pelas normas que nos obrigam a estar em casa. Só assim se evita o temido contágio…e a morte que ninguém deseja, nem para si, nem para os seus, familiares, amigos, vizinhos ou simples concidadãos”, escreve o prelado na nota citada pela agência Ecclesia.
O bispo de Viana do Castelo adverte que, face à declaração do estado de emergência, é necessário aprender “a fazer a vida em casa”.
“Mesmo nestas circunstâncias, temos de continuar a viver. Há, para isso, que aproveitar a situação, para fazermos dela fonte de vida. Quem sabe, uma vida até mais verdadeira”, escreve na mensagem.
Já António Luciano, bispo de Viseu, apelou a que se faça “guerra” ao novo coronavírus.
“Faz guerra ao coronavírus (Covid 19), o inimigo invisível de toda a humanidade, com gestos de paz, com palavras de oração, com silêncio de quarentena e com gestos de partilha e solidariedade para com todos, em especial os doentes”, escreve o bispo, também citado pela agência católica Ecclesia.
Para este prelado, é necessário “multiplicar medidas de isolamento, como meio de travar a propagação do coronavírus”, ao mesmo tempo que chama a atenção para a necessidade de oração pelos “doentes, infetados, famílias, os que estão suspeitos ou em quarentena”, bem como pelas “autoridades e por todos os que cuidam das pessoas doentes e dos idosos nos hospitais, nos lares, nas residências, os sem-abrigo”.
O bispo de Vila Real, por seu turno, numa nota à diocese, alerta que, face à “evolução da crise pandémica que tem alterado de forma radical a vida das pessoas, das famílias e do mundo em geral”, é necessário “adaptar a vida pastoral a circunstâncias nunca antes vividas”.
António Augusto Azevedo aproveita a sua mensagem para pedir o respeito das “indicações das autoridades”, bem como “muita prudência, paciência e um grande espírito de união nas famílias e nas comunidades”.
Por seu turno, o bispo de Bragança-Miranda, José Cordeiro, assegura que “partilha a preocupação comum” perante a pandemia de Covid-19, sublinhando que “as determinações e decisões tomadas pelas autoridades sanitárias e civis reforçam o combate nesta grande luta pela defesa e promoção do singular dom da vida”.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.
Dos casos confirmados, 696 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O boletim divulgado pela DGS assinala 6.061 casos suspeitos até hoje, dos quais 488 aguardavam resultado laboratorial.
Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.
De acordo com o boletim, há 8.091 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Atualmente, há 24 cadeias de transmissão ativas em Portugal.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de hoje.
A Assembleia da República aprovou quarta-feira o decreto de declaração do estado de emergência que lhe foi submetido pelo Presidente da República com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.
O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23:59 de 02 de abril, segundo o decreto publicado quarta-feira em Diário da República que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que tenham justificação.
O Conselho de Ministros aprova hoje as medidas que concretizam o estado de emergência proposto pelo Presidente.
Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo já tinha suspendido as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
O Governo também tinha anunciado o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.
O Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
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