Numa carta dirigida ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e ao ministro da Defesa Yoav Gallant, a FIJ disse que colocará os políticos israelitas e os comandantes do exército perante os tribunais internacionais.

Na missiva, citada pela agência Efe, a organização exige aos governantes israelitas que cumpram a decisão do Tribunal Internacional de Justiça da ONU (TIJ), que na sexta-feira decretou medidas aplicadas aos militares israelitas, exigindo que não violassem a Convenção sobre o Genocídio, em Gaza, através de atos como a morte de civis palestinianos.

O TIJ sublinhou que os jornalistas devem ser tratados como civis e instou as autoridades israelitas a publicarem os procedimentos específicos para evitar a sua morte, na Faixa de Gaza.

Os ataques israelitas na guerra contra o Hamas provocaram o maior número de profissionais do setor mortos numa guerra: pelo menos 113 jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação social morreram, de acordo com um balanço feito pelo Sindicato dos Jornalistas Palestinianos, associado da FIJ.

Para a Federação, “é impossível acreditar” que este número de repórteres mortos seja “uma questão de acaso”, questionando se Israel tem, até à data, visado deliberadamente os jornalistas em Gaza, tendo em conta que taxa de mortalidade é cerca de três vezes superior à dos profissionais de saúde, afirmou.

A FIJ tem dúvidas sobre a morte de tantos profissionais, tendo em conta que, de acordo com alguns relatórios, o exército israelita tem sistemas “altamente sofisticados e artificialmente aperfeiçoados em termos de informação” para a seleção de alvos em ataques militares.

“Se estes relatórios são exatos, será que estão a ser tomadas decisões individuais em relação aos trabalhadores dos meios de comunicação social, às suas famílias e às suas casas”, questiona a FIJ na carta enviada ao governo israelita.

A FIJ é a principal confederação mundial de sindicatos e associações de jornalistas e representa, de acordo com os seus números, mais de 600.000 jornalistas que operam em 140 países em todo o mundo, incluindo membros do Sindicato dos Jornalistas Palestinianos.