Em declarações à imprensa no final de um Conselho Ecofin, em Bruxelas, Medina, referindo-se às consultas e votações realizadas na segunda-feira na reunião do Eurogrupo, o fórum informal de ministros das Finanças da zona euro, considerou que Leão “saiu desta reunião reforçado no seu prestígio e também nas suas possibilidades”, confirmando que os candidatos de Portugal e Luxemburgo — o ex-ministro das Finanças Pierre Gramegna — são agora os dois favoritos à sucessão do alemão Klaus Regling.
Questionado sobre os relatos de fontes europeias que explicaram que a Holanda abdicou da corrida após o seu candidato ter sido o menos votado numa primeira volta, e que o candidato de Itália, Marco Buti, foi o menos votado na segunda — tendo Itália decidido ainda assim manter a candidatura -, Medina respondeu que “confere” com aquilo que sucedeu, confirmando que Leão será “um dos dois candidatos que se encontra nesta fase final” do processo de seleção.
Lembrando que, tal como já indicara na segunda-feira à entrada para o encontro do Eurogrupo, não era esperada qualquer decisão final neste encontro em Bruxelas, pois essa será tomada em 16 de junho, no Conselho de Governadores do Mecanismo Europeu de Estabilidade, no Luxemburgo, o ministro explicou que “tratou-se de um debate, de uma auscultação e, depois, de uma votação pré-indicativa relativamente ao andamento” do processo.
“Creio que confirmou aquilo que já sabíamos à partida, que era o prestígio de João Leão dentro do Eurogrupo”, disse, considerando que o ex-ministro das Finanças “saiu desta reunião reforçado no seu prestígio e também nas suas possibilidades de vir a ocupar essa posição” de diretor do MEE.
Questionado sobre se a candidatura portuguesa conta com os apoios de Alemanha e França, os dois «pesos pesados» da economia europeia e com mais votos em sede de MEE, Medina escusou-se a “fazer esta discussão pública de apoios”, mas observou que, “naturalmente, para João Leão – e Portugal – chegar à posição que chegou, teve apoios significativos, como aliás já tinha dito à entrada da reunião” do Eurogrupo de segunda-feira que esse seria o caso.
“Creio poder dizer que o que esta reunião traz de novo é a confirmação da força da candidatura portuguesa, e agora veremos. São dois candidatos altamente qualificados, dois ex-ministros das Finanças, naturalmente com perspetivas diferentes, com visões diferentes, capazes de servirem bem o que é o Mecanismo Europeu e a política europeia. E agora veremos nas próximas semanas. Mas saímos com confiança reforçada relativamente à candidatura portuguesa”, concluiu.
O Conselho de Governadores é o órgão máximo de tomada de decisões do MEE, sendo composto por representantes governamentais de cada um dos 19 acionistas do mecanismo, os países do euro, com a responsabilidade da pasta das Finanças. Portugal está representado por Fernando Medina.
Sediado no Luxemburgo, o MEE é uma organização intergovernamental criada pelos Estados-membros da zona euro para evitar e superar crises financeiras e manter a estabilidade financeira e a prosperidade a longo prazo, concedendo empréstimos e outros tipos de assistência financeira aos países em graves dificuldades financeiras.
O diretor executivo é responsável por conduzir os trabalhos do mecanismo, atuando como representante legal da organização e presidindo ao Conselho de Administração, sendo os seus mandatos de cinco anos, podendo ser renovados apenas uma vez.
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