Em declarações à Unión Rádio, o presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Diego Padrón, salientou a “grande preocupação” com que está a seguir o “desenvolvimento do diálogo. A CEV não está contente com o desenvolvimento deste processo, como tão pouco (está) a Santa Sé, porque mais de 80% do povo não está contente”.
Nas declarações, o presidente da CEV fez “um apelo ao Governo (venezuelano) para que cumpra com o prometido” na mesa de diálogo com a oposição.
“Fundamentalmente, necessitamos duas coisas: a libertação dos presos políticos que existem e em segundo lugar a abertura de um canal humanitário para todos os venezuelanos que têm necessidade de comida e sobretudo de medicamentos. Além disso, temos um caminho eleitoral (referendo revogatório do mandado do Chefe de Estado) que é pacífico e constitucional com o qual podemos dar uma mudança à situação da Venezuela”, disse.
Diego Padrón frisou ainda que o povo “tem a sensação de que o Governo quer controlar a mesa de diálogo”.
Segundo a CEV, os venezuelanos “têm esperança de que a presença do Vaticano seja muito positiva para o desenvolvimento do diálogo”.
No dia 30 de outubro, o Governo e a oposição iniciaram um diálogo, sob a mediação do Vaticano e da Unasul (União das Nações Sul-americanas), que terminou com a decisão de ambas partes de avançar com mais quatro rondas de negociação.
A 01 de novembro, o parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, adiou “por alguns dias”, um debate para determinar a responsabilidade política do Presidente Nicolas Maduro, acusado da “rutura da ordem constitucional” no país, na sequência de um pedido feito pelo Vaticano.
A 12 de novembro o Governo venezuelano e a oposição acordaram trabalhar conjuntamente para a recuperação da economia e o combate à insegurança, tendo agendado nova reunião de diálogo para 06 de dezembro.
Decidiram ainda “baixar o tom” dos discursos e promover a paz com base no reconhecimento e respeito mútuo. Foram ainda definidos objetivos para normalizar o respeito entre os diferentes poderes e para normalizar o abastecimento de alimentos e medicamentos à população.
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