"Já contratámos 21 quilómetros de limpeza à volta de vias florestais na serra, que vai ter um impacto muito positivo no que tem a ver com a proteção", afirmou Paulo Pereira, em declarações aos jornalistas.

O autarca que preside ao município com maior mancha florestal do distrito do Porto explicou que os 75 hectares onde já se procedeu a operações de fogo controlado abrange território dos concelhos de Baião, Marco de Canaveses, que partilham a serra da Aboboreira, no âmbito de um programa intermunicipal.

"Isso, obviamente, já vai mitigar esse risco de incêndios", comentou aos jornalistas.

Paulo Pereira falava acompanhado do secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, que hoje visitou o concelho para se inteirar do trabalho de prevenção dos incêndios florestais.

Os trabalhos incluíram uma reunião com representantes da proteção civil local, nomeadamente as duas corporações de bombeiros do concelho, e uma deslocação à serra da Aboboreira para conhecer o trabalho que tem sido realizado.

O presidente da Câmara aproveitou para comentar o estudo recente coloca o seu município na lista dos 20 concelhos portugueses com maior risco de incêndio florestal.

Paulo Pereira elogiou a qualidade do estudo e considerou que os resultados "não são necessariamente maus para Baião".

"Baião, tendo cerca de dois terços de área verde, nomeadamente florestal, tem uma propensão para haver incêndios maior do que um município onde não haja área para arder", indicou.

Sinalizou também que o estudo destaca o facto de, nos anos anteriores, não ter ardido no concelho uma área florestal muito significativa, o que, indicou, quer dizer que, em teoria, haverá mais material combustível, contribuindo para o risco de incêndio.

"O importante é perceber, cada um destes agentes [de proteção civil] que aqui estão, o que é que estão a fazer para que essas zonas potenciais de incêndio deixem de ter essa perigosidade", referiu.

O presidente da câmara acrescentou que se deu este ano "um salto qualitativo muito grande" no plano da prevenção, destacando que, ao nível do Governo, autarquias e entidades da proteção civil se está a fazer coisas que "nunca se fizeram ao longo de todos estes anos".

"Hoje estamos mais preparados para enfrentar, naquilo que depende de nós, o que pode vir a acontecer, acentuou.