O principal acusado, um comandante do sistema de defesa aérea, foi condenado a 10 anos de prisão, a pena mais elevada, por ter desrespeitado as ordens dos seus superiores ao abater o avião com dois mísseis.
Os outros nove militares foram condenados a penas que variam de um a três anos de prisão.
O comandante do sistema de defesa “disparou dois mísseis contra a aeronave que operava o voo PS752, contrariando as ordens do posto de comando, sem obter autorização e violando as instruções”, acrescentou a mesma fonte citada pela agência France-Presse.
O órgão do poder judiciário iraniano não forneceu detalhes sobre a identidade dos condenados, que podem ainda recorrer das sentenças, incluindo quatro oficiais do sistema de defesa, um comandante da base de defesa aérea e um oficial do centro de controle.
Em 08 de janeiro de 2020, as Forças Armadas iranianas abateram o avião pertencente à Ukraine International Airlines, que ligava Teerão a Kiev, causando a morte das 176 pessoas a bordo, a maioria iranianos e canadianos, dos quais vários cidadãos com dupla nacionalidade.
Na noite da tragédia, as defesas aéreas do Irão estavam em alerta máximo por receio de um ataque americano.
Após vários dias de negações, as Forças Armadas iranianas reconheceram a sua responsabilidade no ataque à aeronave, alegando um “erro humano”.
Em novembro de 2021, a autoridade judiciária anunciou o início do julgamento de 10 militares “de diferentes patentes” pelo seu envolvimento neste caso.
A tragédia com este Boeing, a bordo do qual estavam muitos estudantes, também provocou uma onda de indignação no Irão, especialmente entre os jovens universitários do país.
No início de 2022, o Irão assegurou que tinha começado a compensar algumas das famílias das vítimas, pagando a cada uma a “soma de 150.000 dólares”, e comprometendo-se a indemnizar as restantes.
Em dezembro do mesmo ano, um grupo de quatro países, liderado pelo Canadá, anunciou que tinha solicitado que Teerão se submetesse a uma arbitragem obrigatória para “responsabilizar o Irão” pelo abate do avião.
Canadá, Ucrânia, Suécia e Reino Unido basearam-se na Convenção de Montreal de 1971, que regula crimes contra a aviação civil, para solicitar essa arbitragem.
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