Já em março, o Irão tinha sido afetado por inundações de dimensão inédita, que tinham provocado a morte a 45 pessoas.
As intempéries estão a deslocar-se para o sudoeste, em direção da província do Khuzestão, onde “numerosas localidades vão ser submersas”, alertou, na televisão estatal, o responsável pelo Crescente Vermelho iraniano, Ali Asghar Peivandi.
“Ao considerar a eventualidade de algumas barragens transbordarem, estamos a preparar o alojamento de urgência de 100 mil pessoas”, acrescentou.
As capacidades das barragens “estão preenchidas em mais de 96%”, afirmou, também na televisão, o governador da província do Khuzestão, Gholamreza Shariati.
Algumas barragens já libertaram água para não cederem, uma medida de urgência que suscitou o temor de um movimento de pânico entre a população das localidades situadas a jusante.
Uma primeira série de inundações afetou o nordeste do país em 19 de março e uma segunda o oeste e o sudoeste em 25 de março.
“Através de 15 províncias, 141 rios saíram dos seus leitos e ocorreram cerca de 400 deslizamentos de terra”, declarou o porta-voz da organização de gestão de catástrofes, Behnam Saeedi, na televisão pública.
A principal via férrea que liga a capital, Teerão, ao norte e ao sul do país também ficou submersa pelas águas e soterrada pelas terras que aluíram.
Segundo o Governo iraniano, as inundações estragaram cerca de 12 mil quilómetros de estradas, que representam cerca de 36% da rede viária do país.
As atividades dos serviços de socorro são dificultadas pela incapacidade da frota de helicópteros de socorro do Irão de voar de noite.
Por outro lado, as sanções dos Estados Unidos da América contra o Irão “entravam os esforços e matéria de ajuda do Crescente Vermelho iraniano a todas as comunidades devastadas pelas intempéries inéditas”, denunciou na segunda-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Javad Zarif.
“Entre os equipamentos bloqueados estão helicópteros de socorro”, escreveu o ministro na rede social Twitter, acrescentando que “não se trata apenas de um conflito económico; é terrorismo económico”.
Os serviços de socorro foram obrigados a solicitar a ajuda do Exército, que disponibilizou helicópteros militares e veículos blindados anfíbios de transporte de tropas para operações de salvamento.
Comentários