O Presidente dos Estados Unidos advertiu hoje que, caso não consiga corrigir as “falhas” do acordo nuclear com o Irão através da ação do Congresso ou de negociações internacionais, vai abandonar o pacto.
O homólogo iraniano, Hassan Rohani, já reagiu, afirmando que o acordo é “muito mais forte” do que Trump acredita e que os EUA “estão mais isolados do que nunca contra o povo iraniano”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, saudou a “decisão corajosa” de Trump, por não certificar o acordo.
“Se o acordo [nuclear] com o Irão ficar como está, uma coisa é certa: dentro de alguns anos, o pior regime terrorista vai dispor de um arsenal de armas nucleares, o que constitui um perigo enorme para o nosso futuro coletivo”, disse Netanyahu.
Já de Riade, em comunicado, o Governo saudita afirma que “apoia e saúda a estratégia firme proclamada pelo Presidente Trump em relação ao Irão e à sua política agressiva”.
Pelo contrário, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, destacou que Trump “não tem” o poder de acabar com o acordo.
“O presidente dos EUA tem muitos poderes, mas este não”, declarou.
Também os executivos de França, Reino e Alemanha já divulgaram, em comunicado conjunto, que continuam “empenhados” no acordo com o Irão.
Da mesma forma, os dirigentes de Moscovo consideram o acordo “intacto” e criticaram a posição de Trump.
Em declaração feita hoje, na Casa Branca, Trump disse: “Caso não alcancemos uma solução, o acordo será cancelado”, ao anunciar a sua estratégica em relação ao Irão e ao acordo nuclear alcançado em 2015.
Apesar de manter o acordo, Trump afirmou que recusa-se a certificá-lo, qualificando-o como “um dos piores” e insistindo que Teerão não respeita o espírito do documento.
O acordo nuclear entre o Irão e o grupo de países 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China – e a Alemanha) foi alcançado em julho de 2015 em Viena, ainda sob a alçada da administração do Presidente Barack Obama (democrata).
O acordo foi assinado com o objetivo de garantir a natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear iraniano.
Desde que entrou em vigor, a 16 janeiro de 2016, a administração americana certifica-se, a cada 90 dias, perante o Congresso, de que Teerão está a respeitar os termos acordados e se o pacto favorece o “interesse nacional” dos Estados Unidos.
Essa certificação é feita ao abrigo de uma lei aprovada pelo Congresso, conhecida pela sigla INARA.
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