"O governo italiano acolhe a decisão da EMA sobre a vacina da AstraZeneca. A administração com AstraZeneca será retomada já amanhã [19 de março]. A prioridade do governo mantém-se em dar o maior número de vacinas no menor tempo possível", afirmou o primeiro-ministro Mario Draghi.

A decisão foi confirmada pela Aifa, a Agência Nacional de Medicamentos italiana, que anunciou que a campanha de vacinação com a vacina da AstraZeneca é retomada às 15h locais de sexta-feira, de acordo com o Corriere della Sera.

Com esta decisão, Itália tornou-se no primeiro país a retomar a vacinação com este produto.

Também França seguiu o exemplo. A administração da vacina AstraZeneca foi suspensa na segunda-feira e após a reavaliação feita hoje pelas autoridades europeias vai voltar a ser autorizada no país.

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, vai vacinar-se sexta-feira com a vacina AstraZeneca para demonstrar o fármaco é de confiança após a segunda luz verde das autoridades sanitárias europeias, enquanto os números da pandemia continuam a subir.

O anúncio da vacinação do primeiro-ministro foi confirmado ao jornal Le Figaro e deve acontecer perante as câmaras de televisão, para reforçar a confiança dos franceses nesta vacina após alguns dias de dúvida devido aos casos de trombose em diferentes países europeus.

Também Espanha vai retomar a vacinação com o produto da AstraZeneca, diz o El País. O Ministério da Saúde espanhol propôs que seja dado este passo já na próxima semana. A ministra da Saúde espanhola, Carolina Darias, referiu a data de quarta-feira para a retoma. Todavia, o comité de vacinação e a comissão de saúde pública vão reunir brevemente para definir quais os grupos a vacinar nesta fase.

A Alemanha também anunciou que vai retomar na sexta-feira a vacinação contra a covid-19 com o fármaco anglo-sueco AstraZeneca.

"O nosso objetivo, e é o objetivo comum do Governo e dos 16 Länder [estados federados], consiste em retomar no dia de sexta-feira as vacinações com AstraZeneca", declarou aos 'media' Jens Spahn, e com o objetivo de restabelecer a "confiança" nesta vacina, cuja utilização foi suspensa neste país na segunda-feira.

O ministro prometeu uma "vacinação esclarecedora": as pessoas que desejem receber a vacina deverão ser previamente informadas "de forma transparente" de eventuais efeitos secundários ou indesejáveis, incluindo tromboses.

O Governo de Ângela Merkel, que até há poucos dias defendia a vacina anglo-sueca, surpreendeu na segunda-feira com o anúncio pelo ministro da Saúde da suspensão das injeções, na sequência de decisões semelhantes em França e Itália.

Segundo o ministério, o Instituto médico Paul-Ehrlich, que aconselha o Governo alemão, considerou serem "necessários outros exames", após os casos de formação de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas na Europa.

Nos últimos dias, vários países europeus, incluindo Portugal, decidiram por precaução suspender a administração da vacina da AstraZeneca após relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com este fármaco.

Hoje, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) assegurou que a vacina da AstraZeneca contra a covid-19 “é segura e eficaz”, não estando também associada aos casos de coágulos sanguíneos detetados, que levaram à suspensão do seu uso.

“O Comité de Avaliação dos Riscos em Farmacovigilância chegou a uma clara conclusão na investigação dos casos de coágulos sanguíneos: esta é uma vacina segura e eficaz”, declarou a diretora executiva da EMA, Emer Cooke, falando em videoconferência de imprensa a partir da sede do regulador, em Amesterdão.

Depois de uma investigação nos últimos dias dos especialistas do regulador europeu, Emer Cooke garantiu que a administração da vacina da AstraZeneca “não está associada a um aumento do risco de eventos tromboembólicos responsáveis pelos coágulos sanguíneos” nalguns dos vacinados com este fármaco.